O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), destacou em entrevista ao “Brasil Confidencial” que o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe, está previsto para 2025.
O objetivo é evitar qualquer impacto nas eleições presidenciais de 2026, conforme reportagem do Valor Econômico.
Mendes indicou que o julgamento de Bolsonaro e seus aliados poderá ocorrer antes de novas acusações surgirem, com a possibilidade de dividir as denúncias, se necessário.
O ministro elogiou a investigação da Polícia Federal sobre o caso, classificando-a como “extremamente bem-feita” e expressou especial preocupação com o conteúdo de uma reunião ministerial ocorrida em 5 de julho de 2022, onde discussões explícitas sobre um possível golpe foram registradas.
Durante a reunião, mencionada explicitamente por Mendes, Bolsonaro e seus ministros debateram formas de pressionar os ministros do STF, um ato que o ministro do Supremo considerou alarmante, especialmente no contexto das declarações sobre possíveis ameaças ao ministro Alexandre de Moraes.
Além disso, Mendes criticou a participação de militares em funções civis sem estarem na reserva, citando o exemplo do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, cuja gestão durante a pandemia foi qualificada por ele como um “grande desastre”. Por outro lado, ele reconheceu a “atitude responsável” dos comandos militares que rejeitaram o golpe.
O ministro também abordou a decisão de Moraes de reter o passaporte de Bolsonaro, impedindo sua viagem aos Estados Unidos para a posse de Donald Trump, enfatizando a precaução de Moraes diante de um cenário político “delicado”.
Paulo Gonet, procurador-geral da República, continua analisando o relatório da Polícia Federal e deve decidir em breve se apresentará a denúncia formalmente, solicitará o arquivamento do caso ou pedirá investigações adicionais.
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