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Operação Overclean revela esquema de corrupção ligado a cúpula do União Brasil

A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Overclean, expondo um suposto esquema de corrupção que envolve membros do partido União Brasil e diversos contratos públicos. A investigação, originada para averiguar fraudes no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), se ampliou após a quebra de sigilos bancários e interceptações telefônicas. Os resultados preliminares apontam […]

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Pablo Jacob/ Agência O Globo

A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Overclean, expondo um suposto esquema de corrupção que envolve membros do partido União Brasil e diversos contratos públicos.

A investigação, originada para averiguar fraudes no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), se ampliou após a quebra de sigilos bancários e interceptações telefônicas.

Os resultados preliminares apontam para a manipulação de contratos milionários em níveis federal, estadual e municipal, conforme reportagem de Fábio Serapião, no Metrópoles.

O caso ganhou notoriedade quando a PF interceptou R$ 1,5 milhão em dinheiro e documentos diversos em um avião que realizava a rota Salvador-Brasília. Esse material foi crucial para a segunda fase da operação, que levou à prisão de indivíduos envolvidos em contratos fraudulentos com prefeituras na Bahia.

Antonio de Rueda, presidente nacional do União Brasil, está entre os investigados. Ele é associado a José Marcos de Moura, empresário apelidado de “Rei do Lixo” na Bahia e acusado de ser um dos líderes do esquema. Moura nega as acusações, afirmando não ter contratos com o DNOCS ou qualquer envolvimento com obras públicas.

O senador Davi Alcolumbre, outra figura política de destaque, é mencionado indiretamente através da sua chefe de gabinete, Ana Paula Magalhães. Interceptações indicam que ela possa ter atuado para facilitar a liberação de recursos públicos para prefeituras envolvidas em contratos suspeitos. Alcolumbre não se pronunciou sobre o caso.

Outro político mencionado é o deputado federal Elmar Nascimento, cujo primo foi preso acusado de manipular licitações em Campo Formoso (BA). Apesar das suspeitas, Elmar afirma não ser alvo direto da investigação.

ACM Neto, ex-prefeito de Salvador, foi indiretamente citado em gravações relacionadas ao esquema. Ele negou qualquer envolvimento, alegando que as menções são apenas inferências sem relação com atos ilícitos.

A administração atual de Salvador, liderada pelo prefeito Bruno Reis, também foi mencionada, já que empresas investigadas receberam cerca de R$ 60 milhões da prefeitura. Um servidor municipal foi preso e exonerado após a operação ser deflagrada, embora a Prefeitura de Salvador declare não ser foco da investigação.

Com o União Brasil detendo posições em três ministérios do governo federal, o partido enfrenta desgastes políticos enquanto a Polícia Federal continua aprofundando as investigações para determinar o alcance do esquema e identificar todos os beneficiários dos recursos desviados.

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