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Cid admitiu que vitória de Lula foi limpa e descartou fraude nas urnas

A Polícia Federal divulgou informações cruciais relativas à investigação do episódio de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreu uma tentativa de golpe de Estado. As análises de comunicações de militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro mostram que eles estavam cientes da ausência de fraudes nas eleições de 2022, apesar das alegações contrárias. Os documentos […]

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REPRODUÇÃO

A Polícia Federal divulgou informações cruciais relativas à investigação do episódio de 8 de janeiro de 2023, quando ocorreu uma tentativa de golpe de Estado.

As análises de comunicações de militares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro mostram que eles estavam cientes da ausência de fraudes nas eleições de 2022, apesar das alegações contrárias.

Os documentos revelados nesta terça-feira, 26, contêm mensagens trocadas entre o tenente-coronel Mauro Cid, o coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima.

Nessas mensagens, fica claro que Cid reconheceu explicitamente a vitória legítima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em uma conversa datada de 4 de outubro de 2022, apenas dois dias após o primeiro turno das eleições, Cavaliere questionou Cid sobre evidências de fraude, ao que Cid respondeu negativamente, indicando a falta de qualquer indício.

“Conseguiram plotar?”, escreveu Cavaliere. A resposta de Cid, enviada horas depois, foi clara: “Nada… Nenhum indício de fraude”. 

Essa troca de mensagens indica não apenas o reconhecimento da legitimidade do resultado eleitoral pelos militares envolvidos, mas também uma desconexão entre o que sabiam ser verdadeiro e as narrativas públicas de desinformação que continuaram a propagar.

O tenente-coronel Ferreira Lima, em outra mensagem de novembro de 2022, questionou sobre avanços que pudessem alterar o cenário, recebendo de Cid a confirmação da inexistência de qualquer irregularidade.

“Alguma evolução que nos deixe otimista?”. Por sua vez, Cid reafirmou a ausência de irregularidades: “Até agora… nada. Nenhuma bala de prata”.

Paralelamente, as investigações apontam para a preocupação de Cid com as consequências legais de suas ações, evidenciada em uma conversa onde expressa o temor de prisão.

Este diálogo ocorreu em um contexto onde continuavam a espalhar desinformação sobre as urnas eletrônicas, uma estratégia utilizada por Bolsonaro ao longo do ano eleitoral, incluindo reuniões com embaixadores e transmissões ao vivo para levantar suspeitas infundadas sobre o sistema de votação.

A conduta de Bolsonaro culminou em sua condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tornando-o inelegível até 2030.

As mensagens analisadas pela PF corroboram a ideia de que houve uma intenção deliberada de deslegitimar o processo eleitoral, mesmo com pleno conhecimento da ausência de fraudes, mostrando o uso estratégico da desinformação como ferramenta de mobilização.

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