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Angela Merkel defende não entrada da Ucrânia na OTAN e ‘acordos’ com a Rússia

Em uma entrevista exclusiva concedida à jornalista Katya Adler, da BBC, no dia 25 de novembro de 2024, a ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu suas decisões políticas em relação à Rússia e Ucrânia, particularmente sua escolha em 2008 de bloquear a entrada da Ucrânia na OTAN. Merkel argumentou que tal medida foi essencial para […]

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Em uma entrevista exclusiva concedida à jornalista Katya Adler, da BBC, no dia 25 de novembro de 2024, a ex-chanceler da Alemanha, Angela Merkel, defendeu suas decisões políticas em relação à Rússia e Ucrânia, particularmente sua escolha em 2008 de bloquear a entrada da Ucrânia na OTAN. Merkel argumentou que tal medida foi essencial para prevenir um conflito militar precoce.

“Para mim, estava completamente claro que o presidente Putin não ficaria de braços cruzados vendo a Ucrânia se juntar à OTAN”, disse Merkel, negando que tal decisão fosse um estímulo indireto ao conflito que se iniciou em 2022, mas sim uma precaução necessária naquele momento.

Merkel também enfrenta críticas por sua política energética, particularmente os acordos de gás firmados com a Rússia, que visavam interesses econômicos alemães enquanto buscavam preservar a paz.

A dependência alemã do gás russo, simbolizada pela construção de dois gasodutos diretos entre os dois países, tem sido um ponto de intensa discussão, especialmente após a invasão russa da Ucrânia. “O preço do gás barato foi alto, mas fazia parte de uma estratégia comercial e política”, justificou Merkel.

A ex-chanceler também comentou sobre a atual crise geopolítica, incluindo as renovadas ameaças nucleares de Vladimir Putin. Ela destacou a importância de esforços diplomáticos globais para prevenir o uso de armas nucleares, mencionando a necessidade de envolvimento de potências como a China para evitar tal escalada.

Sua política migratória, marcada pela decisão de acolher mais de um milhão de refugiados em 2015, foi outra área de intensa discussão.

Enquanto líderes como Barack Obama elogiaram Merkel por sua moralidade e coragem, críticos argumentam que essa política contribuiu para o crescimento da extrema direita na Alemanha, particularmente o partido Alternativa para a Alemanha (AfD).

Merkel defendeu sua abordagem, sugerindo que a solução para a crise migratória inclui o investimento em países africanos para elevar padrões de vida e reduzir o fluxo migratório para a Europa.

A ex-chanceler, que se aposentou da vida política em 2021, refletiu sobre seu legado e os desafios econômicos enfrentados pela Alemanha, frequentemente descrita como “o doente da Europa” devido à sua dependência econômica. Ela aconselhou os líderes europeus atuais a serem claros em suas prioridades e enfrentar desafios sem medo.

Atualmente com 70 anos, Merkel expressou contentamento com sua vida pós-política, enfatizando que não sente falta do poder. Ela continua a ser uma figura procurada por conselhos por líderes globais, enquanto reflete sobre os sucessos e críticas de sua carreira através de seu livro de memórias recém-publicado, intitulado “Liberdade”.

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