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Carrefour suspende compra de carne do Mercosul e causa tensões comerciais com Brasil

O Carrefour França anunciou em 20 de novembro a suspensão das compras de carne proveniente do Mercosul, desencadeando uma resposta imediata no Brasil. De acordo com informações da Globo Rural, caminhões da JBS, a maior processadora de carne do mundo, foram redirecionados na última quinta-feira, 21, interrompendo as entregas para a rede Carrefour no Brasil. […]

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O Carrefour França anunciou em 20 de novembro a suspensão das compras de carne proveniente do Mercosul, desencadeando uma resposta imediata no Brasil.

De acordo com informações da Globo Rural, caminhões da JBS, a maior processadora de carne do mundo, foram redirecionados na última quinta-feira, 21, interrompendo as entregas para a rede Carrefour no Brasil. A mudança pode resultar em desabastecimento de cortes bovinos de alto giro, com estoques previstos para apenas quatro dias a partir de segunda-feira, 25.

Uma fonte próxima à JBS afirmou que a empresa decidiu interromper as entregas como uma medida estratégica. “Se não podemos fornecer ao Carrefour francês, também não vamos abastecer o brasileiro”, declarou, citando a soberania comercial como fundamento para a decisão.

Enquanto isso, o Carrefour Brasil busca maneiras de contornar a situação, que afeta também sua subsidiária Atacadão, líder no mercado de atacarejo no país. A postura da matriz francesa causou surpresa e motivou negociações para uma solução.

O presidente Lula, expressando descontentamento com a decisão do Carrefour França, solicitou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que interviesse.

Fávaro entrou em contato com Renato Costa, presidente da Friboi (subsidiária da JBS), para avaliar os impactos. Apesar de negativas da JBS de que a decisão de boicote tenha sido influenciada pelo governo, Fávaro ressaltou a unidade das empresas brasileiras na defesa de seus mercados e reputação, com apoio do presidente.

A posição do Carrefour França foi vista pelo governo brasileiro como uma afronta à imagem dos produtos do Mercosul, causando danos políticos e diplomáticos. Por sua vez, o Carrefour defende que a decisão afeta apenas o mercado francês e não questiona a qualidade das carnes da região.

No Brasil, a operação do Carrefour enfrenta pressões intensas, debatendo-se medidas emergenciais como a compra de carne de distribuidores locais, o que poderia elevar custos e afetar as margens durante um período de alta demanda, como o Natal e o Ano Novo.

Há relatos de que o governo brasileiro espera um pedido de desculpas público de Alexandre Bompard, presidente do conselho do Carrefour, embora ele hesite devido a possíveis retaliações no mercado francês.

Para os consumidores finais, a situação pode levar a um risco de desabastecimento e aumento dos preços de carne bovina, enquanto a JBS redireciona seus produtos para outros varejistas no país, evitando prejuízos diretos à empresa. Esta crise sublinha as intrincadas relações entre mercados globais e interesses nacionais, destacando a importância econômica do agronegócio brasileiro no cenário mundial.

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