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G20 no Brasil centraliza debates sobre financiamento climático após impasse na COP29

Durante a cúpula do G20 que se inicia neste domingo no Rio de Janeiro, lideranças globais das 20 maiores economias do mundo voltam suas atenções para o impasse no financiamento climático evidenciado nas recentes negociações da ONU em Baku, Azerbaijão. A COP29, que buscou estabelecer novas metas de financiamento para combater o aquecimento global, terminou […]

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Ricardo Stuckert

Durante a cúpula do G20 que se inicia neste domingo no Rio de Janeiro, lideranças globais das 20 maiores economias do mundo voltam suas atenções para o impasse no financiamento climático evidenciado nas recentes negociações da ONU em Baku, Azerbaijão.

A COP29, que buscou estabelecer novas metas de financiamento para combater o aquecimento global, terminou sem um consenso claro, aumentando a pressão sobre os líderes reunidos no Brasil.

Ao longo dos dois dias de cúpula, os chefes de Estado discutirão uma ampla gama de questões globais, incluindo pobreza, fome e reformas em instituições internacionais. Contudo, o foco emergente é a questão climática, uma vez que as negociações anteriores expuseram desafios significativos, principalmente relacionados ao financiamento de ações climáticas.

A COP29 em Baku falhou em alcançar um acordo para mobilizar os necessários centenas de bilhões de dólares. Isso coloca um peso adicional sobre o G20, que reúne países responsáveis por 85% da economia mundial e mais de três quartos das emissões globais de gases de efeito estufa. António Guterres, secretário-geral da ONU, reiterou a importância da liderança do G20 em sua fala na COP29, destacando a responsabilidade dessas nações devido à sua grande capacidade econômica e alta taxa de emissões.

A reintrodução dos Estados Unidos ao Acordo de Paris torna-se uma questão controversa sob a administração do presidente Donald Trump, que anteriormente retirou o país do acordo. Essa mudança política pode complicar ainda mais as negociações, segundo observadores.

A falta de consenso que dominou a COP29 se reflete nas preparações para a cúpula do G20. Discussões em torno de uma declaração conjunta tropeçaram em desacordos semelhantes aos enfrentados em Baku. Diplomatas indicaram que enquanto os países europeus pressionam para ampliar a base de contribuidores, incluindo economias em desenvolvimento mais ricas, países como o Brasil mostram resistência.

O resultado dessas negociações é crucial não apenas para o sucesso da COP29, mas também para a próxima COP30, que será realizada no Brasil. A “Missão 1.5”, iniciativa brasileira para a COP30, visa manter o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius. No entanto, projeções atuais preveem um aumento de até 2,6 graus Celsius, o que torna essencial uma mobilização liderada pelo G20.

As declarações do primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis, na COP29, reforçam a necessidade de uma ação decisiva. Segundo ele, é tecnicamente possível atingir a meta de 1,5 grau, mas isso requer um esforço massivo e coordenado das nações mais ricas e emissoras.

A cúpula do G20 no Rio de Janeiro, portanto, representa um momento decisivo para as políticas climáticas globais, onde os líderes têm a oportunidade de responder aos desafios com soluções concretas e inovadoras para o financiamento climático.

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