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Pesquisa aponta Lula como favorito da esquerda para 2026

A 162ª edição da pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada pela coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, apresenta dados que confirmam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o nome preferido da esquerda para as eleições presidenciais de 2026. O levantamento revela que, apesar das discussões sobre seu possível sucessor, a maioria […]

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RICARDO STUCKERT/PR

A 162ª edição da pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada pela coluna de Paulo Cappelli no Metrópoles, apresenta dados que confirmam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o nome preferido da esquerda para as eleições presidenciais de 2026.

O levantamento revela que, apesar das discussões sobre seu possível sucessor, a maioria do eleitorado progressista ainda deseja que Lula esteja na disputa.

Conforme os resultados, 60,2% dos eleitores de esquerda manifestaram preferência por Lula como candidato.

Em um cenário sem sua candidatura, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aparece como principal alternativa, com 31,3% das intenções de voto.

Na sequência, figuram o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), com 17,5%, e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), com 12,7%. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) soma 5,2%, e o ex-ministro José Dirceu, que teve condenações anuladas recentemente, surge com 3,3%.

Desafios para a esquerda na sucessão de Lula

O levantamento, que ouviu 2002 pessoas entre os dias 7 e 10 de novembro e tem uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais, aponta para um desafio estrutural: a transição de liderança. Embora Lula mantenha ampla aceitação, os dados ressaltam a urgência de uma sucessão clara para a esquerda brasileira.

A pesquisa reflete também as divergências entre figuras proeminentes do campo progressista, visíveis em recentes declarações. Em um episódio recente, o prefeito do Recife, João Campos, fez críticas indiretas à estratégia eleitoral do PSOL nas eleições municipais de São Paulo, onde o partido foi derrotado pelo atual prefeito, Ricardo Nunes.

“A prática precisa caber naquilo que você fala e aquilo que você fala precisa caber na sua prática. Eu não conheço de perto a trajetória de Boulos, mas acredito que ele teve uma roupagem diferente enquanto pré-candidato e candidato a prefeito”, afirmou Campos.

Em resposta, Guilherme Boulos rebateu as declarações do prefeito.

“Não creio que ele está autorizado a me dar aulas de coerência, até porque, em 2020, quando ele se elegeu prefeito pela primeira vez, se elegeu com o mote ‘PT nunca mais’. Hoje, que o Lula é presidente, ele virou o maior lulista do país. Para de querer dar lição de moral alheia. E mais do que isso: eu tenho lado. Tenho posições firmes, e ter posição firme tem um preço. Eu não vou conforme o vento”, retrucou o deputado.

Disputa interna: identidade versus pragmatismo

Além das trocas de farpas, o cenário sucessório traz à tona um dilema central: a definição de uma estratégia que equilibre princípios ideológicos e pragmatismo político.

Segundo lideranças do PSB, PSOL e PT, o pós-Lula exigirá decisões sobre o rumo a seguir, dividindo opiniões entre a defesa de dogmas tradicionais da esquerda e a possibilidade de construir alianças mais amplas, que incluam setores moderados e até mesmo conservadores.

Essa divisão foi intensificada pelos resultados das eleições de 2024, nas quais a esquerda obteve desempenho aquém do esperado em diversas cidades. Para alguns, a aliança com setores variados poderia facilitar vitórias eleitorais e possibilitar maior influência nas políticas públicas. Para outros, tal movimento representa o risco de perda da identidade ideológica e da trajetória histórica da esquerda brasileira.

Última candidatura de Lula e o futuro do campo progressista

Com a possibilidade de Lula disputar sua última eleição em 2026, a pesquisa da CNT ressalta o desafio da esquerda em se organizar para uma eventual transição. Identificar um nome capaz de agregar diferentes correntes ideológicas é considerado, por especialistas, um passo crucial para que o campo progressista continue relevante no cenário político brasileiro.

A ausência de um consenso para a sucessão de Lula, evidenciada pelos resultados da pesquisa, indica que a consolidação de uma liderança forte para 2026 será um processo complexo. Segundo analistas, o partido ou candidato escolhido terá de enfrentar uma oposição competitiva e, ao mesmo tempo, unir uma base de eleitores que, hoje, demonstra inclinações variadas dentro do próprio espectro da esquerda.

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