Em uma votação crítica nesta segunda-feira, Shigeru Ishiba foi reconduzido ao cargo de primeiro-ministro do Japão, após uma eleição parlamentar que viu sua coalizão perder a maioria.
A eleição para a câmara baixa no mês passado não foi favorável para Ishiba, que assumiu o cargo em 1º de outubro, e agora enfrenta o desafio de liderar um governo minoritário em um período de crescentes tensões internacionais e problemas domésticos, como o aumento do custo de vida.
O Partido Liberal Democrata, liderado por Ishiba, e seu parceiro de coalizão, Komeito, conseguiram o maior número de cadeiras, porém insuficiente para manter a maioria que detinham desde 2012. “À luz da eleição muito desafiadora, precisamos nos transformar em um partido nacional que sirva ao povo, que empatize com as lutas, misérias e alegrias do povo”, declarou Ishiba em coletiva de imprensa após a votação.
A votação no parlamento revelou a fragilidade da posição de Ishiba, marcando a primeira vez em 30 anos que foi necessário um segundo turno, com Ishiba conquistando 221 votos, mais que o líder do principal partido de oposição e o ex-primeiro-ministro Yoshihiko Noda, mas ainda assim abaixo da maioria necessária na câmara de 465 cadeiras.
A instabilidade política interna coincide com um retorno complicado de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, principal aliado do Japão. As relações são tensas com países como China e Coreia do Norte, e Ishiba tem encontros internacionais marcados, incluindo a cúpula do G20 no Brasil. Ele também planeja uma parada nos Estados Unidos para se encontrar com Trump, com quem conversou brevemente após a vitória eleitoral deste.
Em casa, Ishiba enfrenta o desafio imediato de passar um orçamento suplementar para o ano fiscal até março, pressionado por demandas por mais gastos com bem-estar e medidas para mitigar a inflação. A aprovação do orçamento requer o apoio de pelo menos um partido da oposição, com o Partido Democrático do Povo (DPP) emergindo como um possível aliado, apesar de seu líder, Yuichiro Tamaki, enfrentar desafios pessoais após admitir um caso extraconjugal.
Na sequência da votação, Ishiba anunciou a nomeação de três novos ministros para os departamentos de transporte, justiça e agricultura, substituindo membros do PLD que perderam suas cadeiras na recente eleição. Estes movimentos indicam uma tentativa de estabilizar seu governo antes das próximas eleições para a câmara alta, onde a coalizão governista também corre risco de perder a maioria.
A liderança de Ishiba é testada tanto em frentes domésticas quanto internacionais, enquanto ele busca reforçar os laços com os EUA e manter o Japão engajado em questões globais como Ucrânia e Gaza, destacando a importância de soluções que beneficiem ambas as nações.
Com informações da Reuters
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