A produção agroindustrial do Brasil apresentou uma redução de 0,7% em agosto, comparado ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Agro. Apesar dessa queda mensal, o setor ainda mostra um avanço de 2,7% no acumulado dos primeiros oito meses de 2024.
A FGV Agro atribui a contração recente, especialmente, ao segmento de produtos alimentícios e bebidas, que observou uma redução de 2,2%.
“O setor vem desacelerando por conta de uma base de comparação mais larga a partir do final do primeiro semestre do ano passado”, explica a instituição.
Especificamente, a produção de alimentos de origem vegetal registrou uma diminuição significativa de 9,4%, influenciada por reduções de 14% na produção de conservas e sucos, 4,4% em óleos e gorduras, 17,6% no arroz, 2,6% na moagem de trigo, 10,5% no açúcar refinado e 9,9% no café.
Apesar das perdas em vários produtos vegetais, o segmento de alimentos de origem animal teve um resultado positivo, com um aumento de 2,4% no período, impulsionado principalmente pelo crescimento na produção de carne bovina.
Por outro lado, o segmento de produtos não alimentícios demonstrou um crescimento de 1,2%, sustentado por avanços nos setores têxteis, de biocombustíveis e de insumos agropecuários.
No caso dos biocombustíveis, especialistas apontam que o setor foi beneficiado pela alteração na alocação de cana-de-açúcar, com menos volume sendo direcionado para a fabricação de açúcar.
A FGV Agro mantém uma perspectiva positiva para o fechamento do ano, esperando um crescimento total superior ao de 0,7% registrado em 2023, com uma liderança dos produtos não alimentícios no desempenho do setor.
Este relatório da FGV não mencionou o impacto das recentes queimadas no Centro-Sul do país, que poderão afetar futuras análises sobre a produção agroindustrial, especialmente no segmento de biocombustíveis.
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