Nesta segunda-feira, 29, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Palácio da Alvorada, para discutir uma série de cortes de gastos, incluindo em benefícios trabalhistas.
As medidas, que ainda serão apresentadas ao Congresso Nacional, incluem mudanças no seguro-desemprego e no Fundeb, mas excluem qualquer ajuste no salário mínimo ou em benefícios permanentes.
A reunião, que durou duas horas, ocorreu após a viagem de uma semana de Haddad a Washington e sua participação nas votações em São Paulo. Simultaneamente, a equipe econômica trabalha em um pacote de cortes que pode variar entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões.
No contexto das discussões sobre a política fiscal, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defenderam a necessidade de cortes seletivos em despesas consideradas ineficientes para aumentar os investimentos no país, especialmente em infraestrutura.
Tebet enfatizou que “não existe social sem fiscal“, enquanto Mercadante salientou a importância de cortes criteriosos para alcançar o grau de investimento e atrair recursos estrangeiros.
A necessidade de um ajuste fiscal foi também destacada pelo Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em um evento em Londres. Ele mencionou que um choque fiscal robusto é essencial para possibilitar taxas de juros mais baixas e alterar as expectativas econômicas do país.
Essas medidas são vistas como fundamentais para a sustentabilidade fiscal a longo prazo, especialmente a partir de 2026, quando as despesas obrigatórias devem consumir uma maior parte do orçamento. Além disso, a Moody’s recentemente elevou a nota de crédito do Brasil, aproximando o país do grau de investimento.
O mercado financeiro tem reagido às discussões e expectativas em torno das medidas fiscais. Apesar da ausência de um plano definitivo para a contenção de gastos, as declarações recentes do Ministro Haddad ajudaram a suavizar o clima negativo.
Segundo Pedro Serra, gerente de Research da Ativa Investimentos, a mera expectativa de anúncio de cortes já alterou significativamente a dinâmica fiscal previamente observada, influenciando positivamente a Bolsa de Valores e estabilizando o câmbio.
Com informações da Reuters
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