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Gleisi Hoffmann critica especulação e juros elevados no Brasil

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, fez duras críticas nesta segunda-feira (21) à alta dos juros e do dólar no Brasil, apontando que as movimentações no mercado financeiro resultam de especulação. Em publicação nas redes sociais, a parlamentar afirmou que “só há uma explicação para os juros e o […]

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Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, fez duras críticas nesta segunda-feira (21) à alta dos juros e do dólar no Brasil, apontando que as movimentações no mercado financeiro resultam de especulação.

Em publicação nas redes sociais, a parlamentar afirmou que “só há uma explicação para os juros e o dólar subirem no Brasil, em descompasso com outros países: a especulação descarada dos agentes do mercado”.

Gleisi ressaltou que, segundo ela, os fundamentos da economia real são positivos, destacando indicadores como o Produto Interno Bruto (PIB), controle da inflação, emprego, salário, consumo e renda.

As críticas da deputada ocorrem em um momento de alta no dólar e nos juros, com analistas de mercado apontando para um cenário de ajustes nas principais variáveis econômicas.

Cenário econômico e ações do governo

Em sua manifestação, Gleisi Hoffmann defendeu as ações do governo Lula, destacando que o presidente “colocou a casa em ordem, retomou o investimento e a credibilidade do país”.

Ela também atribuiu o aumento da dívida pública aos juros elevados, que, de acordo com suas declarações, têm sido mantidos em níveis “estratosféricos”, dificultando a redução da dívida.

“A dívida cresce por conta dos juros estratosféricos. Só o mercado e a mídia não querem ver. E quem paga a conta da mentira é o país”, criticou a deputada.

A fala de Gleisi ocorre no mesmo dia da divulgação da pesquisa Focus, realizada pelo Banco Central, que trouxe novas projeções para os principais indicadores econômicos do país.

Projeções econômicas e especulação

A pesquisa Focus, divulgada semanalmente, indicou que a previsão para a taxa básica de juros (Selic) foi elevada para 11,25% em 2024. O ajuste reflete a percepção de que haverá menos espaço para cortes nos juros no ano seguinte. A pesquisa também revisou a projeção para a inflação deste ano, que foi ajustada para 4,5%, atingindo o teto da meta estabelecida pelo governo.

A declaração de Gleisi Hoffmann surge como uma resposta direta às avaliações dos agentes de mercado, que têm demonstrado ceticismo quanto à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.

Analistas apontam para a incerteza em torno de novas medidas de contenção de gastos, prometidas pelo Executivo para o período pós-eleições municipais, como um fator que pode influenciar negativamente a confiança no futuro fiscal do país.

O mercado tem mostrado preocupação com a trajetória da dívida pública e o controle das contas do governo, o que, segundo analistas, tem impactado as recentes movimentações no câmbio. O dólar fechou em alta e a expectativa é que a moeda americana chegue a R$ 5,42 até o fim de 2024, segundo a última pesquisa Focus.

Debate sobre política fiscal e monetária

As críticas de Gleisi Hoffmann também tocam em um ponto sensível no debate econômico atual: a política monetária e a direção dos juros no Brasil.

O aumento da Selic tem sido objeto de discussão tanto no governo quanto entre os agentes do mercado, com divergências sobre a condução adequada da taxa de juros.

Para o governo, representado por vozes como a de Gleisi, a elevação dos juros reflete uma visão especulativa e desconectada dos indicadores reais da economia.

Por outro lado, os analistas financeiros defendem que a alta dos juros é necessária para conter pressões inflacionárias e garantir a estabilidade econômica no longo prazo, especialmente em um contexto de incerteza fiscal.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para novembro, será um ponto crucial para definir os rumos da Selic e, por extensão, da política monetária brasileira.

A expectativa é que o Copom discuta tanto as condições internas quanto o cenário internacional para decidir sobre possíveis mudanças na taxa de juros.

O impacto dessas decisões sobre a inflação, o câmbio e o crescimento econômico continua a ser amplamente debatido entre governo e mercado, com implicações diretas para a política fiscal e a capacidade do país de gerir sua dívida pública.

Próximos passos e cenário fiscal

O governo tem sinalizado que apresentará novas medidas de controle de gastos após o segundo turno das eleições municipais, em uma tentativa de responder às preocupações sobre a trajetória fiscal. Essas medidas são aguardadas por analistas de mercado, que destacam a importância de um plano fiscal mais claro para garantir a confiança na economia brasileira e estabilizar as projeções econômicas.

Enquanto isso, as críticas de Gleisi Hoffmann refletem uma divergência de visão sobre o papel dos juros e do mercado financeiro na economia do país. Para ela, a especulação é o principal fator que tem elevado os custos da dívida e pressionado a alta do dólar, em contraste com os dados positivos da economia real.

A resposta do mercado financeiro e o impacto das medidas fiscais prometidas pelo governo serão decisivos para os rumos da política econômica brasileira nos próximos meses, em especial com a aproximação de novas discussões sobre a Selic e as expectativas de inflação para 2024 e 2025. O cenário segue em constante evolução, com as divergências entre governo e mercado cada vez mais em evidência nas discussões públicas sobre o futuro econômico do Brasil.

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