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FUP: Brasil precisa recompor suas reservas de petróleo com campanhas exploratórias no Brasil e no exterior

Aquisições na África representam reposicionamento estratégico da Petrobrás e ruptura com políticas da gestão anterior. Novas fronteiras serão essenciais para financiar investimentos na transição energética “A segurança energética do Brasil passa, necessariamente, pelo equilíbrio entre a produção de petróleo e gás natural e a reposição de suas reservas. E para que o país não corra […]

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AGÊNCIA PETROBRAS

Aquisições na África representam reposicionamento estratégico da Petrobrás e ruptura com políticas da gestão anterior. Novas fronteiras serão essenciais para financiar investimentos na transição energética

“A segurança energética do Brasil passa, necessariamente, pelo equilíbrio entre a produção de petróleo e gás natural e a reposição de suas reservas. E para que o país não corra o risco de romper esse equilíbrio estratégico é imprescindível o movimento de busca por alternativas exploratórias, em território brasileiro e no exterior”.

A afirmação é do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, com base em projeções da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

“Campanhas exploratórias da Petrobrás em bacias nacionais permanecem sendo fundamentais. Porém, aquisições em blocos exploratórios no exterior, como as anunciadas pela empresa no continente africano, também são importantes, tanto para a reposição de suas reservas quanto para consolidar uma nova e relevante posição da companhia no contexto internacional, em consonância com a retomada do protagonismo da diplomacia brasileira em direção ao Sul Global, particularmente em seu entorno estratégico”, avalia Bacelar.

De acordo com dados da ANP, a proporção entre as reservas provadas e a produção brasileira de petróleo e gás natural – conhecida como relação R/P – é de apenas 13 anos, considerando os números de 2023.

Paralelamente, estimativas da EPE, no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), indicam que a produção de petróleo no país deverá aumentar 47%, em dez anos, passando da média de 3 milhões de barris dia, registrada em 2023, para 4,4 milhões de barris/dia em 2034. Já o pico de produção nacional está previsto para 2030, quando o país deverá alcançar 5,3 milhões de barris/dia, como mostra o gráfico abaixo. A partir daí, há desaceleração neste crescimento.

Embora a expansão na produção de petróleo esteja prevista, essa tendência não se sustentará ao longo da década, mesmo com a inclusão de recursos ainda não descobertos. Segundo a EPE, 94% da produção de petróleo projetada para esse período terá origem em Recursos Descobertos (RD).

Diante desse cenário, e do fato de que o intervalo entre a descoberta de novas reservas e o início da produção pode levar até 10 anos, dependendo das características geológicas das jazidas, torna-se indispensável a realização de investimentos exploratórios especialmente em novas fronteiras.

Dados divulgados pela Petrobrás reforçam ainda mais a necessidade de atenção à recomposição de suas reservas de petróleo e gás natural, observam pesquisadores do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).

Em 2023, as reservas provadas de petróleo, condensado e gás natural da Petrobrás foram estimadas em 10,9 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

Com base nesses números e na produção da companhia, a relação entre reserva e produção (R/P) da Petrobrás, em 2023, é de aproximadamente 12,2 anos, o que significa que as reservas provadas seriam suficientes para sustentar a atual taxa de produção da empresa por pouco mais de uma década, calcula a diretora técnica do Ineep, a economista Ticiana Alvares.

O coordenador-geral da FUP ressalta que o Brasil ainda possui significativas fronteiras exploratórias, com destaque para a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas, cujas receitas, segundo ele, serão essenciais para financiar investimentos em tecnologias indispensáveis à transição energética.

Bacelar afirma que “aliados aos movimentos internos da Petrobrás, os investimentos da empresa no segmento de Exploração e Produção (E&P) no exterior refletem um reposicionamento estratégico da companhia no cenário atual e representa uma ruptura com as políticas da gestão anterior, uma vez que promove aumento dos investimentos em E&P no Brasil e no exterior”.

Nesse contexto, ele destaca as aquisições na participação de blocos exploratórios em regiões com elevado potencial, como a Bacia de Orange, na África do Sul, e em São Tomé e Príncipe, que também registraram descobertas recentes. “De modo geral, são regiões com características geológicas com relativa similaridade ao pré-sal, onde a Petrobrás desenvolveu grande capacidade operacional”, diz Bacelar.  

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