Com 55% das intenções de voto, Nunes se beneficia da migração de eleitores de Marçal e Tabata, enquanto Boulos enfrenta rejeição alta e dificuldades em atrair novos apoios
A nova pesquisa Datafolha mostra Ricardo Nunes (MDB) com 55% das intenções de voto no segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, contra 33% de Guilherme Boulos (PSOL). Esse cenário reforça a dificuldade de Boulos em conquistar novos eleitores e aumentar sua base de apoio, especialmente entre aqueles que votaram em Lula nas eleições presidenciais de 2022. O dado mais alarmante para a campanha de Boulos é sua rejeição, que chegou a 58%, o que pode ser um fator decisivo na disputa.
A migração de votos favorece Nunes
O prefeito Ricardo Nunes tem se beneficiado da migração de votos de eleitores que apoiaram Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB) no primeiro turno. Segundo a pesquisa Datafolha, 80% dos eleitores de Marçal agora declaram voto em Nunes. Essa transferência de votos foi crucial para consolidar a liderança do atual prefeito no segundo turno.
Além disso, embora metade dos eleitores de Tabata Amaral tenha migrado para Boulos, 35% desses eleitores optaram por Nunes. Isso evidencia que o eleitorado de Tabata é mais heterogêneo e não se alinha automaticamente com a esquerda representada por Boulos.
Dificuldades com os eleitores de Lula
Um dos grandes desafios para Guilherme Boulos é a dificuldade em atrair eleitores de Lula, algo que as pesquisas de primeiro turno já indicavam. Segundo o Datafolha, apenas 63% dos eleitores do ex-presidente Lula apoiam Boulos no segundo turno. Isso demonstra que Boulos ainda não conseguiu conquistar totalmente o eleitorado progressista, o que é essencial para sua campanha.
Essa dificuldade reflete uma falta de coesão dentro da esquerda paulistana e limita as chances de Boulos crescer significativamente nesta fase da disputa.
Rejeição alta é um obstáculo para Boulos
A rejeição é outro fator que pesa contra Guilherme Boulos. Sua rejeição subiu de 38% no primeiro turno para 58% no segundo, atingindo níveis considerados proibitivos para uma campanha bem-sucedida. Entre os homens, essa rejeição chega a 60%, enquanto entre os eleitores mais velhos atinge 63%. Já entre os eleitores mais jovens, a rejeição de Boulos é menor, ficando em 46%.
Enquanto isso, Ricardo Nunes tem uma rejeição de 37%, um aumento em relação aos 25% do primeiro turno, mas ainda muito abaixo dos índices de Boulos. Isso coloca Nunes em uma posição confortável para manter sua liderança até a votação final.
Campanha de Nunes foca na estabilidade
Com sua vantagem consolidada, a campanha de Ricardo Nunes tem adotado uma estratégia de moderação. Ao contrário do primeiro turno, quando o apoio de Jair Bolsonaro foi mais explorado, no segundo turno a campanha tem evitado o uso excessivo dessa associação, especialmente considerando a alta rejeição de Bolsonaro em São Paulo.
A equipe de Nunes parece focada em manter a estabilidade, evitando polêmicas e desgastes que possam afetar a sua liderança. A ideia é “congelar” a vantagem já alcançada, enquanto Boulos luta contra uma alta rejeição e a dificuldade de expandir seu eleitorado.
Veja também: Mesmo com cenário complicado, campanha de Boulos mantém otimismo
Os dados da pesquisa Datafolha deixam claro que Ricardo Nunes está em uma posição vantajosa no segundo turno, com uma liderança confortável e um eleitorado consolidado. Guilherme Boulos, por outro lado, enfrenta grandes obstáculos, como a alta rejeição e a dificuldade de atrair eleitores de Lula, essenciais para fortalecer sua campanha. Se Boulos não conseguir reverter esses indicadores nos próximos dias, suas chances de vitória serão reduzidas, enquanto Nunes continua sua trajetória em direção à reeleição.
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