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Especialista avalia como a esquerda deve se recuperar após ‘baque’ nas eleições municipais

Em recente análise ao jornalista Chico Alves, no ICL Notícias, o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, Cláudio Couto, avaliou o fortalecimento dos partidos da direita tradicional como PSD, MDB, PP e União Brasil nas eleições municipais e como os partidos de esquerda podem se recuperar após o resultado aquém do esperado nas […]

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Em recente análise ao jornalista Chico Alves, no ICL Notícias, o cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas, Cláudio Couto, avaliou o fortalecimento dos partidos da direita tradicional como PSD, MDB, PP e União Brasil nas eleições municipais e como os partidos de esquerda podem se recuperar após o resultado aquém do esperado nas urnas.

LEIA: Eleições 2024: Brasil profundo é de direita e o caminho para esquerda é árduo

Leia a análise completa do professor!

Essa é uma boa pergunta, acho que é quase uma daquelas perguntas de um milhão de dólares. A esquerda precisa evidentemente perceber em que ela não está conseguindo estabelecer um diálogo com grande parte da população. E isso com diferentes classes sociais. Afinal de contas, a direita não só manteve um peso muito grande nos municípios.

Lembremos que essa direita tradicional, direita do assim chamado Centrão, sempre teve uma preponderância na política municipal. Basta lembrar que os partidos do Centrão, o MDB no passado, sempre foram os reis das eleições municipais, quando você vai pro interior. Mas a esquerda, já há muitos anos, costumava ter um peso grande na disputa municipal nas cidades médias e grandes. E nem isso mais está conseguindo ter.

É bom lembrar que ela tomou um tombo dos maiores possíveis na eleição de 2016, aquele ano do impeachment, ano da recessão no governo Dilma, o ano também da Lava Jato no seu ápice. O PT perdeu naquele ano 60% dos seus prefeitos e vereadores e nunca mais se recuperou.

A questão é saber por que não conseguiu nunca mais recuperar. Teve uma melhora muito sutil em 2020, teve mais uma pequena melhora agora, mas é tão pouco perto de se perdeu lá atrás que continua comendo poeira.

Ao mesmo tempo, a gente vê esse baita crescimento de alguns partidos dessa direita tradicional. O PSD acho que é o caso mais notável, mas sobretudo esse crescimento de mais de 200% do PL, do bolsonarismo.

Acho que aí tem um dado que é o fato de que a extrema direita realmente consolidou o espaço na política nacional ao longo dos anos Bolsonaro. Aquilo que foi um momento de explosão da insatisfação e acaba levando à eleição do Bolsonaro em 2018 produziu uma possibilidade de crescimento.

Depois, Bolsonaro abriu esse espaço para a direita de um modo geral e para a extrema em particular. E esse espaço se firmou inclusive em nível municipal. Daí esse número muito significativo de municípios, inclusive médios e grandes, onde candidatos do bolsonarismo mais estrito, o PL mas também alguns outros partidos apoiados por ele foram bem.

Acho que tem que começar a pensar tudo de novo. Foi mencionada nesses dias uma pesquisa da Fundação Perseu Abramo, de 2017, que mostrava como há uma nova maneira de enxergar o mundo nas periferias das cidades.

Tem os setores das periferias que estão querendo uma conversa diferente, um estado mais eficiente, de menos burocracia, de mais capacidade de resolver problemas individuais, o que não significa dispensar políticas sociais. E acho que está faltando esse entendimento de como travar essa esse diálogo, que as igrejas evangélicas estão conseguindo fazer e mais ainda a extrema direita.

Então, acho que tem que realmente parar para pensar e levar mais a sério o que aquela pesquisa de 2017 descobriu

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Comentários

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Macdowell Batista Costa

08/10/2024 - 12h20

A esquerda precisa se encontrar. Falam em democracia, PORÉM, apoiam Hamas, Hezbollah, Irã, Cuba, Nicolas Maduro, Ortega, invasão da Ucrânia e várias nações não democratas.
as detestáveis pautas identitárias e de gênero, como linguagem neutra e cotas.
Outro erro é abrir demais os espaços para pautas identitárias, gênero, linguagem neutra e coisas medonhas como a Santa Ceia na França e a criação no Brasil do dia do (argh) funk.


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