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Petrobras retorna a África para investir em novas reservas de petróleo deixadas pela Shell

A Petrobras anunciou, nesta terça-feira, 1º de outubro, seu segundo investimento no continente africano, como parte de uma estratégia para diversificar a exploração de novas reservas de petróleo. Este movimento ocorre seis anos após a venda de sua subsidiária que operava na região. De acordo com informações da Folha, a estatal brasileira adquiriu uma participação […]

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Reuters/Khalil Hassan

A Petrobras anunciou, nesta terça-feira, 1º de outubro, seu segundo investimento no continente africano, como parte de uma estratégia para diversificar a exploração de novas reservas de petróleo. Este movimento ocorre seis anos após a venda de sua subsidiária que operava na região.

De acordo com informações da Folha, a estatal brasileira adquiriu uma participação de 10% em um bloco exploratório na bacia de Orange, que é operado pela TotalEnergies.

O bloco, denominado DWOB (Deep Western Orange Basin), ganhou destaque após recentes descobertas realizadas por TotalEnergies, pela Shell e pela Galp. Localizado em águas profundas, essa área representa um foco estratégico para as futuras operações de exploração e produção da Petrobras.

Esta nova aquisição segue um outro movimento da empresa no final de 2023, quando a Petrobras anunciou a compra de participações em três blocos exploratórios operados pela Shell em São Tomé e Príncipe, uma região também conhecida por novas descobertas de petróleo.

Em comunicado, a Petrobras afirmou que “a operação está alinhada com a estratégia de longo prazo da companhia, que visa a recomposição das reservas de petróleo e gás por meio de exploração de novas fronteiras, tanto no Brasil quanto no exterior, e atuação em parceria”.

Mudança estratégica sob novo governo

O retorno ao continente africano representa uma mudança significativa na estratégia da Petrobras, especialmente após o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a gestão anterior de Jair Bolsonaro, a estatal se desfez de muitas de suas operações internacionais, incluindo a venda de 50% de participação na PO&GBV, uma parceria com o banco BTG que operava na Nigéria, além de atividades em Angola, Benin, Gabão e Namíbia.

Apesar de o foco da empresa continuar sendo o desenvolvimento das reservas do pré-sal, a Petrobras busca expandir suas atividades internacionais como uma forma de evitar o declínio da produção a partir da próxima década. As novas apostas incluem a exploração das bacias da margem equatorial brasileira e a bacia de Pelotas, localizada no Rio Grande do Sul.

Além disso, a Petrobras está avaliando a possibilidade de operar na Namíbia, que tem sido palco de importantes descobertas no setor de petróleo nos últimos anos.

A empresa também está confiante na obtenção de licenças ambientais para a perfuração de poços no Brasil, especialmente no Amapá, o que poderia abrir uma nova fronteira de exploração, apesar das preocupações levantadas por ambientalistas.

Perspectivas geológicas favoráveis

O retorno à África é visto como uma decisão estratégica, principalmente devido às semelhanças geológicas entre a costa africana e as principais bacias brasileiras. Essa característica torna os ativos africanos uma opção promissora para a estatal.

Sylvia dos Anjos, diretora de Exploração e Produção da Petrobras, comentou sobre a relação geológica entre Brasil e África: “É sabido que Brasil e África estiveram juntos. Então a gente sabe que a geologia se espelha uma na outra. Se formos para algum lugar fora do Brasil, a África é um bom lugar.”

Com esse novo investimento, a Petrobras reafirma sua intenção de diversificar suas operações e fortalecer sua presença em mercados internacionais, enquanto continua a buscar maneiras de manter sua produção e reservas de petróleo em um cenário global em constante mudança.

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