O Irã realizou uma ofensiva significativa contra Israel na terça-feira, 1º de outubro, disparando centenas de mísseis balísticos.
O ataque foi uma resposta aos recentes assassinatos de figuras proeminentes no Oriente Médio, incluindo Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, e Abbas Nilforoushan, comandante sênior do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC).
O governo iraniano caracterizou a ação como um ato de autodefesa, gerando preocupações na comunidade internacional sobre uma escalada de tensões na região.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, destacou que o governo enviou uma mensagem aos Estados Unidos através da Suécia, enfatizando que o ataque era uma resposta legítima às ações de Israel.
Araghchi afirmou: “Emitimos um aviso aos Estados Unidos para se afastarem e não interferirem”, alertando que qualquer intervenção americana na situação seria indesejada.
Ameaças de retaliação de Israel
Apesar de Teerã afirmar que não busca uma intensificação do conflito, a possibilidade de uma retaliação por parte de Israel continua a ser um fator preocupante na dinâmica regional.
Relatos do portal Axios indicam que Israel está considerando atacar alvos estratégicos no Irã, que incluem instalações de produção de petróleo e instalações nucleares, caso novos ataques sejam lançados por Teerã.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, reafirmou que o Irã não está em busca de uma guerra, mas qualquer nova ameaça seria enfrentada com firmeza. Araghchi advertiu que, se Israel decidir retaliar, a resposta do Irã será ainda mais severa:
“Nossas forças armadas estão preparadas para possíveis ações do regime israelense. Se quaisquer novos passos forem tomados pelo regime [israelense] e aqueles que o apoiam, eles enfrentarão uma resposta mais dura do Irã.”
Preparativos para conflito
A expectativa de uma resposta de Israel mantém a região em estado de alerta. Fontes do The New York Times afirmam que o Irã já possui centenas de mísseis prontos para serem lançados de suas fronteiras ocidentais, caso uma ação militar seja iniciada por Israel ou pelos Estados Unidos.
Embora o governo israelense não tenha definido um curso de ação exato, busca coordenar suas respostas com Washington.
Em contraste, os Estados Unidos adotaram uma postura mais cautelosa. O The Washington Post relata que navios de guerra americanos no Mar Mediterrâneo interceptaram alguns dos mísseis disparados pelo Irã, enquanto a administração de Washington sublinha que qualquer resposta israelense deve ser proporcional, visando evitar uma escalada maior do conflito.
Impacto no tráfego aéreo iraniano
A ofensiva do Irã também teve repercussões no tráfego aéreo do país. Todos os voos foram cancelados até a manhã de quinta-feira, 3 de outubro, por razões de segurança, de acordo com Jafar Yazerlu, porta-voz da Organização de Aviação Civil do Irã.
Essa medida foi adotada em função do aumento das tensões na região, com o objetivo de proteger passageiros e tripulações diante da incerteza que permeia o Oriente Médio.
O cenário no Oriente Médio continua a ser altamente volátil. O desenrolar dos próximos dias será decisivo para determinar se ocorrerá uma estabilização, conforme afirmam as autoridades iranianas, ou se o conflito se expandirá, potencialmente envolvendo potências globais.
Com informações da Sputnik
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