Durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores da Rússia, expressou uma condenação severa às políticas de Israel e dos Estados Unidos, destacando o que descreveu como uma “catástrofe humanitária” em Gaza devido ao apoio militar americano.
Lavrov chamou a atenção para a necessidade urgente de assistência humanitária aos palestinos e reiterou o direito deles à autodeterminação, propondo um Estado palestino com fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Oriental.
O discurso de Lavrov também abordou críticas às práticas de sanções pelos países ocidentais, acusando-os de usar sanções econômicas como ferramentas de domínio geopolítico, citando o exemplo do bloqueio a Cuba.
Ele denunciou a manipulação do dólar como arma econômica e o papel da OTAN na escalada de tensões internacionais, destacando a expansão da aliança como uma ameaça direta à segurança da Rússia e da China.
Além disso, Lavrov criticou o que vê como o fracasso de instituições internacionais como a Organização Mundial do Comércio e as instituições de Bretton Woods, alegando que elas estão desatualizadas e não refletem o equilíbrio de forças do mundo contemporâneo.
Segundo ele, o Ocidente está tentando usar a ONU para promover seus próprios interesses, ao invés de atender às necessidades globais.
O Ministro russo defendeu a formação de uma nova ordem mundial multipolar, argumentando que nem a hegemonia ocidental nem o confronto direto resolverão os problemas globais. Ele destacou o papel crescente de organizações como a União Africana, a Organização de Cooperação de Xangai e os BRICS no cenário global, indicando um movimento em direção a uma maior inclusão de países do Sul Global em decisões internacionais.
Concluindo seu discurso, Lavrov reafirmou o compromisso da Rússia com a promoção de uma governança global justa e o respeito aos princípios de igualdade soberana dos Estados, conforme delineado na Carta da ONU.
Ele conclamou a comunidade internacional a rejeitar práticas neocoloniais e a buscar soluções cooperativas para desafios globais, posicionando a Rússia como um defensor de uma ordem internacional mais equitativa e cooperativa.
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