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Corrida pela Prefeitura de São Paulo se acirra entre Nunes, Boulos e Marçal, mas rejeição alta de Marçal pode inviabilizar segundo turno

Com rejeição elevada, Pablo Marçal enfrenta dificuldades para crescer e alcançar o segundo turno, enquanto Ricardo Nunes e Guilherme Boulos lideram a disputa em um cenário ainda indefinido

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Boulos, Nunes e Marçal seguem tecnicamente empatados na corrida pela prefeitura de São Paulo, segundo nova pesquisa Datafolha / Foto: Reprodução

Com rejeição elevada, Pablo Marçal enfrenta dificuldades para crescer e alcançar o segundo turno, enquanto Ricardo Nunes e Guilherme Boulos lideram a disputa em um cenário ainda indefinido


A disputa pela Prefeitura de São Paulo entra em sua reta final com um cenário cada vez mais apertado entre os principais candidatos. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (26), Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) estão tecnicamente próximos nas intenções de voto, mas a alta rejeição de Marçal pode ser um fator determinante para sua exclusão do segundo turno.

Resultados da Pesquisa

  • Ricardo Nunes (MDB) mantém a liderança com 27% das intenções de voto.
  • Guilherme Boulos (PSOL) aparece logo atrás com 25%, uma ligeira queda em relação à pesquisa anterior.
  • Pablo Marçal (PRTB), com um crescimento de dois pontos percentuais, alcança 21%, se aproximando dos líderes.

Com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, Nunes e Boulos estão tecnicamente empatados, enquanto Marçal surge como um terceiro competidor com possibilidades, embora limitado por sua elevada rejeição.

Impacto da rejeição: Marçal enfrenta barreira quase intransponível

O principal obstáculo para Marçal avançar para o segundo turno é sua rejeição consideravelmente alta. A pesquisa Datafolha revela que 48% dos eleitores não votariam nele de forma alguma, uma taxa que, no contexto eleitoral, é considerada quase proibitiva. Entre as mulheres, essa rejeição é ainda mais acentuada, chegando a 53%, o que reflete uma dificuldade significativa de atrair o eleitorado feminino, que representa a maior parte do eleitorado paulistano. Entre os homens, sua rejeição é de 42%, ainda um número preocupante.

A rejeição elevada torna a candidatura de Marçal vulnerável, mesmo que ele cresça nas intenções de voto. Se sua rejeição não for reduzida, será difícil para ele ampliar sua base de apoio ou garantir votos suficientes para avançar ao segundo turno. Mesmo no cenário improvável em que ele consiga passar, os dados de rejeição sugerem que ele teria grandes dificuldades de vencer em qualquer confronto direto com os adversários mais bem colocados.

Cenários de segundo turno

Em possíveis cenários de segundo turno, Marçal seria amplamente derrotado por qualquer um dos adversários:

  • Contra Ricardo Nunes, Marçal receberia apenas 26% dos votos, enquanto Nunes ganharia com 57%.
  • Contra Guilherme Boulos, Marçal obteria 38%, enquanto o candidato do PSOL teria 47%.

Esses resultados indicam que, mesmo que Marçal consiga passar para o segundo turno, sua rejeição massiva o colocaria em desvantagem irreversível frente a Nunes ou Boulos. Além disso, sua rejeição elevada o impede de conquistar votos além de seu eleitorado mais conservador, o que compromete suas chances de viabilidade eleitoral.

Comparação com Nunes e Boulos

Enquanto Marçal luta contra sua rejeição, Ricardo Nunes desfruta de uma rejeição significativamente menor, de apenas 21%, o que lhe dá uma vantagem clara em um eventual segundo turno. Nunes tem usado seu tempo de televisão e realizações administrativas para consolidar sua imagem de gestor eficiente, especialmente nas regiões periféricas, onde concentrou suas ações de creches e unidades de saúde. Isso o coloca em uma posição relativamente confortável, apesar da concorrência acirrada.

Guilherme Boulos tem uma rejeição de 38%, influenciada por resistências ligadas ao antipetismo e ao anti-esquerdismo, além da imagem de radicalismo que ele tenta suavizar com uma postura mais moderada nos debates. Sua estratégia inclui desidratar Nunes e atrair o eleitorado indeciso, especialmente aqueles alinhados ao lulismo, que têm se mostrado resistentes a migrar para Boulos.

Estratégias de campanha: o que cada um precisa fazer

  • Ricardo Nunes tem apostado na estabilidade, utilizando sua vantagem de baixa rejeição e sua experiência administrativa. Sua estratégia é manter sua base de apoio e evitar desgastes, enquanto continua explorando o tempo de TV e a força da máquina pública.
  • Guilherme Boulos busca aumentar a rejeição de Nunes e capitalizar sobre a base lulista, além de tentar manter sua imagem moderada para conquistar eleitores de centro-esquerda. Ele precisa superar a barreira da rejeição ligada à sua imagem radical para garantir uma vaga no segundo turno.
  • Pablo Marçal enfrenta o desafio mais complicado. Sua rejeição de quase 50% impede que ele amplie seu eleitorado. Embora tenha focado em humanizar sua imagem, com ênfase na vida familiar e em discursos menos polarizadores, o tempo é curto para reverter esse quadro. Sua campanha ainda busca conquistar o eleitorado bolsonarista e consolidar o apoio de conservadores, mas a rejeição elevada pode ser um fator insuperável.

Desafios e considerações finais

O cenário eleitoral permanece indefinido, com Nunes, Boulos e Marçal disputando uma eleição marcada pela instabilidade e pelo alto índice de indecisos. No entanto, enquanto Nunes mantém uma posição sólida e Boulos tenta expandir sua base, Marçal enfrenta um teto de crescimento imposto por sua rejeição. Mesmo que ele continue a crescer nas intenções de voto, sua rejeição atual torna quase impossível avançar para o segundo turno — e, caso o faça, seria altamente improvável vencer.

Com apenas dez dias até o primeiro turno, os eleitores indecisos e a evolução das estratégias de campanha determinarão o desfecho dessa disputa acirrada, mas as chances de Marçal estão fortemente limitadas por sua rejeição proibitiva.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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