O Exército de Libertação Popular (PLA) da China participará de exercícios militares conjuntos no Brasil, um movimento incomum para as forças chinesas no hemisfério ocidental. Um destacamento do Corpo de Fuzileiros Navais do PLA foi convidado pelos militares brasileiros para integrar o Exercício Formosa 2024, informou o Ministério da Defesa da China nesta quinta-feira (5).
Os exercícios focarão em desembarques conjuntos e operações de combate contra invasões, com o objetivo de “aprofundar a amizade e cooperação entre os militares chineses e outros participantes, além de aumentar a capacidade de enfrentar riscos de segurança”, declarou o ministério em seu site.
Segundo o jornal South China Morning Post, o país ainda não especificou as datas para o exercício. O Exercício Formosa, realizado anualmente pelo Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, contou no ano passado com a participação de países como Estados Unidos, Alemanha, França e África do Sul. O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA tem sido um participante frequente, mas ainda não está claro quais países participarão este ano.
Nos últimos anos, a China organizou fóruns de medicina militar e seminários para altos oficiais militares da América Latina, mas a participação direta de militares chineses na região ainda é rara.
Este ano, as relações entre China e Brasil se estreitaram. Em julho, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil pretende aderir à Iniciativa do Cinturão e Rota, o principal projeto de infraestrutura e investimento da China.
Ainda em julho, o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, reuniu-se com o comandante do Exército brasileiro, Tomás Ribeiro Paiva, em Pequim. Durante o encontro, Dong afirmou que os dois exércitos deveriam “fortalecer os intercâmbios e aprender um com o outro” para melhorar suas capacidades e elevar as relações militares a um novo patamar.
O Brasil também participou do Rim of the Pacific (Rimpac), um exercício militar multinacional liderado pelos Estados Unidos, que ocorreu de 27 de junho a 1º de agosto.
Os recentes exercícios militares da China têm se concentrado principalmente no Mar da China Meridional, onde o país enfrenta disputas territoriais com outras nações.
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