O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou os novos conselheiros que atuarão nos próximos cinco anos. Entre os eleitos, destacam-se médicos que se posicionam contra o aborto, defendem o uso da cloroquina como tratamento durante a pandemia de Covid-19 e até mesmo alguns que participaram dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A eleição ocorre em meio a debates intensos sobre o aborto, especialmente após a decisão do CFM em abril de proibir a realização da assistolia fetal, um procedimento recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em casos de aborto legal após 22 semanas de gestação. Essa proibição gerou preocupações entre os médicos, que agora enfrentam o risco de perderem seus registros profissionais se seguirem as diretrizes internacionais.
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De acordo com o g1, dos 27 conselheiros eleitos, nove expressaram posições contrárias ao aborto, defendendo a proteção da “vida desde a concepção”. Entre eles está Raphael Câmara Parente, do Rio de Janeiro, que foi o relator da norma do CFM. Em São Paulo, Francisco Eduardo Cardoso Alves, conhecido por apoiar o uso da cloroquina apesar da falta de evidências científicas de sua eficácia contra a Covid-19, também foi eleito. A chapa, que se autodenomina “única chapa de direita para o CFM”, obteve 37,97% dos votos válidos.
No Distrito Federal, Rosylane Rocha, que está sendo investigada por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro, foi escolhida como conselheira. No Mato Grosso do Sul, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, ex-presidente do CFM e criticado por sua postura favorável ao ‘kit Covid’ durante a pandemia, foi reeleito como conselheiro.
Os novos conselheiros tomarão posse em outubro e, nesse momento, decidirão quem será o próximo presidente do CFM.
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