A Polícia Federal revelou um esquema de fraude envolvendo a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19, beneficiando Jair Messias Bolsonaro, sua filha Laura Firmo Bolsonaro e outras figuras públicas. O colaborador Mauro Cesar Cid confessou que coordenava a inserção de dados falsos nos sistemas do Ministério da Saúde, facilitada por uma rede de cúmplices.
Mauro Cesar Cid afirmou à PF que a principal motivação era facilitar viagens internacionais, uma vez que a certificação de vacinação era um requisito em muitos destinos. Jair Bolsonaro, ao saber que Cid possuía cartões de vacinação falsos para sua família, ordenou que o mesmo fosse feito para ele e sua filha. Cid então solicitou a Ailton Barros a inserção de dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Duque de Caxias, utilizou suas credenciais para introduzir os dados falsos no sistema SI-PNI do Ministério da Saúde. Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias, forneceu credenciais para excluir registros falsos. A análise dos logs de impressão das impressoras no Palácio da Alvorada e no Palácio do Planalto confirmou que certificados falsos foram impressos para Bolsonaro e outras figuras públicas, incluindo Max Guilherme Machado de Moura e Sergio Rocha Cordeiro.
Mensagens interceptadas mostraram que João Carlos de Sousa Brecha admitiu ter inserido os dados falsos para Bolsonaro. Washington Reis de Oliveira, ex-prefeito de Duque de Caxias, e seu irmão, o deputado Gutemberg Reis de Oliveira, também estiveram envolvidos na fraude. Washington teve seu registro de vacinação falsificado por Brecha, enquanto Gutemberg teve certificados falsos emitidos em seu nome.
As investigações revelaram que a estrutura criminosa era estável e permanente, com os envolvidos desempenhando papéis específicos. A rede incluía advogados e militares para facilitar e encobrir o esquema. O coronel Marcelo Camara, ao saber das inserções falsas, rasgou os certificados de Bolsonaro e Laura, e pediu que as inserções fossem desfeitas. Cid então entrou em contato com Barros para excluir as inserções.
Diante das evidências, a Polícia Federal indiciou várias figuras por crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos, entre eles João Carlos de Sousa Brecha, Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, Célia Serrano da Silva, Gutemberg Reis de Oliveira, Ailton Gonçalves Barros, Mauro Cesar Barbosa Cid, Sergio Rocha Cordeiro, Max Guilherme Machado de Moura e Jair Messias Bolsonaro. O relatório, assinado pelo delegado Fábio Alvarez Shor, concluiu que os investigados se associaram desde novembro de 2021 para cometer crimes de inserção de dados falsos, emitindo certificados ideologicamente falsos para obter vantagens indevidas.
A investigação demonstrou uma atuação coordenada e premeditada, com cada participante desempenhando um papel crucial para garantir o sucesso do esquema fraudulento. Considerando a conclusão da investigação, os trabalhos de Polícia Judiciária da União foram encerrados.
Conclusão do Delegado da Polícia Federal, Fábio Alvarez Shor:
“Os envolvidos foram indiciados pela prática do crime de associação criminosa, por terem se associado para praticar crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações, especificamente dados de vacinação contra a Covid-19, para emitir certificados falsos e obter vantagens indevidas relacionadas à burla de regras sanitárias estabelecidas durante a pandemia.”
O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi indiciado por associação criminosa.
Clique aqui para baixar a íntegra do relatório da PF.
Ewerton Siqueira
07/08/2024 - 09h35
O que me espanta nisso tudo é que apesar do monte de provas ninguém foi preso. Vejam o caso Moro e muitos outros que deveriam ter seus direitos políticos cassado, estão ai andando livres e soltos.
XANDÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Aja de acordo com o rigor da lei metendo estes vagabundos em cana. Parece que a intenção do STF e deixar passar o tempo e o povo esquecer e depois de certo tempo, caducar.