Em meio às eleições venezuelanas, autoridades brasileiras expressaram preocupações sobre a integridade do processo eleitoral. A deputada federal Tabata Amaral (PSB) denunciou em suas redes sociais nesta segunda-feira, 29, práticas de intimidação a opositores e restrições à atuação de observadores internacionais.
Ela declarou:
“Intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins. Há todos os motivos para crer que o resultado não corresponde ao que o povo venezuelano manifestou nas urnas. Como deputada federal, tenho o dever de acompanhar a situação do país vizinho atentamente. Desejo que a Venezuela inicie o quanto antes a transição da atual ditadura militar a uma democracia plena.”
Por outro lado, o ex-chanceler e atual assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, expressou cautela quanto aos resultados, que indicaram a reeleição de Nicolás Maduro.
Em entrevista ao G1 e O Globo, Amorim relatou uma mudança significativa nos resultados durante a noite, de uma aparente vitória da oposição para uma vantagem para Maduro.
Ele destacou a importância da transparência e aguarda a divulgação das atas de votação para um posicionamento oficial do governo brasileiro.
“Estamos cautelosos. Eu fui dormir com o quadro que parecia ser oposição com vitória de 65% a 30% e acordei com vitória de 51% a 45% [para Maduro]”, disse Amorim.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil também se pronunciou, afirmando estar acompanhando atentamente a apuração dos votos e a importância da divulgação de dados desagregados por mesa de votação para garantir a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado.
Até o momento, o governo brasileiro não reconheceu a reeleição de Maduro, anunciada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, que considera o resultado “irreversível”.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!