O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em um comício em Caracas na quarta-feira, declarou que o país poderia enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” se ele não fosse reeleito nas eleições de 28 de julho. Afirmou que somente a vitória do chavismo poderia garantir a paz.
“Se não quiserem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, garantamos o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo”, declarou Maduro.
Paralelamente, a oposição, liderada por María Corina Machado, que foi impedida de concorrer, relata crescente repressão. Machado denunciou um atentado, alegando que veículos de sua equipe tiveram os cabos de freio cortados.
“Esta madrugada cometeram um atentado contra mim e minha equipe em Barquisimeto, estado Lara. Nossos carros foram vandalizados e cortaram os cabos dos freios. Agentes do regime [de Maduro] nos seguiram desde Portuguesa e cercaram a urbanização onde pernoitamos”, disse ela em uma declaração.
Adicionalmente, a equipe de Machado informou que um membro de sua segurança foi sequestrado e acusado injustamente de violência de gênero, em um esforço para intimidar e desestabilizar sua campanha.
A situação política tensa é amplificada por relatos de detenções arbitrárias e violações de direitos humanos, com a ONG Acesso à Justiça reportando 46 detenções arbitrárias neste ano, a maioria de ativistas opositores.
No cenário eleitoral, Edmundo González Urrutia, representando a Plataforma Unitária Democrática (PUD) e apoiado por Machado, aparece como favorito nas pesquisas contra Maduro.
Vander Resende
19/07/2024 - 14h01
“Uma pesquisa Dataviva divulgada na quarta-feira mostrou que Maduro obtém 55 por cento das preferências de voto, em comparação com 21 por cento do seu principal rival. Em contraste, a More Consulting divulgou o seu próprio estudo na segunda-feira, com González à frente de Maduro por 55 a 31 por cento.
A empresa de pesquisas Datanálisis, que é frequentemente citada e tem um viés pró-oposição historicamente comprovado, ainda não publicou uma única pesquisa. No entanto, o canal digital Impacto Venezuela informou sobre um estudo supostamente vazado da Datanálisis que fez com que Maduro superasse González por menos de 3 por cento, uma vantagem menor que a margem de erro do estudo.
https://venezuelanálise.com/news/venezuela-maduro-denounces-far-right-sabotage-as-machado-issues-election-day-instructions/#:~:text=A%20Dataviva%20poll,margin%20of% 20erro