A revista científica The Lancet publicou uma análise alarmante estimando que o número de mortes na Faixa de Gaza pode estar próximo de 200 mil, considerando tanto as mortes diretas quanto as indiretas decorrentes do conflito iniciado em outubro de 2023.Até 19 de junho de 2024, 37.396 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza desde o ataque do Hamas e a invasão israelense, conforme o Ministério da Saúde de Gaza e relatado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Esses números, embora contestados por autoridades israelenses, foram aceitos por serviços de inteligência israelenses, ONU e OMS. A coleta de dados tem sido dificultada pela destruição de infraestrutura, levando o Ministério da Saúde de Gaza a complementar seus relatórios com informações de fontes confiáveis da mídia e socorristas.
Análises independentes e a organização não governamental Airwars sugerem que o número real de mortes pode ser subestimado. A ONU estima que 35% dos edifícios na Faixa de Gaza foram destruídos, indicando que muitos corpos ainda estão soterrados nos escombros, com estimativas de mais de 10.000.
O impacto indireto do conflito inclui mortes por doenças reprodutivas, transmissíveis e não transmissíveis, agravadas pela destruição da infraestrutura de saúde, escassez de alimentos, água e abrigo, e a incapacidade de fuga da população. Em conflitos recentes, mortes indiretas variam de três a 15 vezes o número de mortes diretas. Aplicando uma estimativa conservadora, até 186.000 mortes poderiam ser atribuídas ao conflito atual em Gaza, representando 7,9% da população da região.
A necessidade de um cessar-fogo imediato é urgente para permitir a distribuição de suprimentos essenciais e registrar a escala do sofrimento, garantindo responsabilização histórica e planejamento de ajuda humanitária. A Corte Internacional de Justiça estabeleceu medidas para que Israel preserve evidências relacionadas a alegações de genocídio, destacando a importância da documentação precisa das mortes.
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