Datafolha: 97% dos brasileiros percebem mudanças climáticas

Uma pesquisa do Datafolha mostrou que 97% dos entrevistados acreditam que o planeta está passando por mudanças climáticas diárias. Divulgado nesta segunda-feira (1), o levantamento foi realizado após o alagamento histórico no Rio Grande do Sul e em meio a incêndios no Pantanal.

Apenas 2% negam a existência dessas mudanças, enquanto 1% não soube responder. A percepção quase unânime se repete em todos os grupos demográficos e chega a 100% entre jovens de 16 a 24 anos.

Para 77% dos entrevistados, as mudanças climáticas são causadas principalmente por atividades humanas, enquanto 20% acreditam que são devidas a oscilações naturais de temperatura. Estudos científicos apontam que a crise climática é provocada por gases de efeito estufa emitidos pelas atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.

A escolaridade influencia diretamente a percepção das mudanças climáticas. Entre pessoas com nível fundamental, 67% acreditam que as mudanças climáticas são causadas por ações humanas, 26% atribuem a causas naturais e 4% negam sua existência. Esses números são 87%, 13% e 1% entre aqueles com ensino superior, respectivamente.

O Datafolha também perguntou aos entrevistados se suas regiões sofreram algum fenômeno climático extremo, e 88% responderam que sim. As respostas mais comuns foram calor extremo (65%), chuva intensa ou tempestade (33%) e seca extrema (29%). Além disso, 20% enfrentaram enchentes e 7%, deslizamentos de terra. Quase um quarto dos entrevistados (23%) disse não ter vivenciado eventos climáticos extremos recentemente.

A confiança nas avaliações e alertas de cientistas e ambientalistas varia conforme o nível de educação formal dos entrevistados. Entre aqueles com apenas o ensino fundamental, 43% acreditam nos especialistas, comparado a 31% da população geral. A confiança mais alta está entre os jovens (77%), que não acham que há exagero no tema. Já entre os maiores de 60 anos, 36% acreditam que cientistas e ambientalistas exageram ao falar dos impactos da crise climática.

A pesquisa foi realizada com 2.457 pessoas com 16 anos ou mais, entre os dias 17 e 22 de junho, em 130 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.