Milhares de mulheres protestaram neste domingo em várias cidades francesas contra o avanço do partido National Rally (RN), liderado por Marine Le Pen, em meio a indicações de pesquisas que sugerem uma possível vitória do partido nas próximas eleições parlamentares.
Organizadas por aproximadamente 200 grupos de direitos das mulheres e sindicatos, as marchas ocorreram em cidades como Paris, onde mais de 10 mil mulheres se reuniram de forma pacífica, conforme relato dos organizadores.
As manifestantes expressaram preocupações com o impacto de governos de extrema-direita sobre os direitos das mulheres. Em março, a França fez história ao incorporar o direito ao aborto na sua Constituição, uma decisão que enfrentou oposição de alguns membros do RN.
Durante os debates sobre essa legislação, observou-se resistência de deputados do partido, que manifestaram desconforto com a discussão, conforme destacou Shirley Wirden do Partido Comunista Francês.
Uma pesquisa recente, realizada nos dias 19 e 20 de junho pela Ipsos para o jornal Le Parisien e a Radio France, posiciona o RN e seus aliados na liderança para o primeiro turno das eleições parlamentares francesas em 30 de junho, com 35,5% dos votos.
Seguida pela Nova Frente Popular (NPF) com 29,5% e a aliança centrista do presidente Emmanuel Macron, que alcançou 19,5% dos votos.
O cenário político foi ainda mais agitado após o RN liderar as recentes eleições da União Europeia, onde obteve cerca de 32% dos votos, superando a aliança de Macron que teve 15%. Notavelmente, o RN aumentou sua proporção do voto feminino para 30%, um crescimento de 10 pontos percentuais em relação às eleições da UE de 2019.
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