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Bomba! Xi Jinping diz que EUA tentou forçar China a invadir Taiwan

Segundo o Financial Times, o presidente chinês Xi Jinping afirmou à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que Washington está tentando incitar Pequim a atacar Taiwan. Xi teria feito essa declaração em uma reunião em abril de 2023, conforme relatado por várias fontes ao Financial Times. Ele disse que os EUA estão tentando […]

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Presidente da China, Xi Jinping e Joe Biden, presidente estadunidense - Foto: Nicolas Asfouri, Nicholas Kamm/AFP

Segundo o Financial Times, o presidente chinês Xi Jinping afirmou à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que Washington está tentando incitar Pequim a atacar Taiwan. Xi teria feito essa declaração em uma reunião em abril de 2023, conforme relatado por várias fontes ao Financial Times. Ele disse que os EUA estão tentando enganar a China para invadir Taiwan, mas que ele não cairia na armadilha. Xi também teria feito advertências semelhantes aos seus funcionários, ainda segundo o Financial Times.

Os comentários de Xi fornecem uma visão sobre seu pensamento em relação a Taiwan, que é a questão mais espinhosa nas relações entre EUA e China. Alguns acadêmicos chineses e oficiais militares aposentados afirmaram que Washington está tentando provocar Pequim fornecendo armas a Taiwan e tomando outras medidas para atrair a China para um confronto militar.

Falando na Asia Society em janeiro, Cui Tiankai, ex-embaixador chinês em Washington, disse que a China “não cairia na armadilha que alguém pode estar preparando para nós”, em uma referência velada aos EUA. Conforme relatado na reportagem do Financial Times, o comentário de Xi a von der Leyen é o primeiro caso conhecido dele fazer essa afirmação a um líder estrangeiro. Xi também disse que um conflito com os EUA destruiria muitas das conquistas da China e minaria seu objetivo de alcançar uma “grande rejuvenescimento” até 2049.

Segundo o Financial Times, a revelação ocorre enquanto as tensões estão altas no Estreito de Taiwan. A China respondeu à posse de Lai Ching-te como novo presidente de Taiwan em maio com grandes exercícios militares ao redor da ilha. Pequim descreveu Lai como um “separatista perigoso”. Washington tem a obrigação de ajudar Taiwan a providenciar sua própria defesa sob a Lei de Relações de Taiwan. Mas a administração Biden há muito tempo enfatiza que não apoia a independência taiwanesa e se opõe a mudanças unilaterais no status quo.

Ainda segundo o Financial Times, a ansiedade chinesa sobre as intenções dos EUA cresceu nos últimos anos, assim como as preocupações dos EUA sobre a atividade militar assertiva da China ao redor de Taiwan. Um acadêmico chinês disse que Washington estava “ativamente encorajando forças independentistas em Taiwan” e que os EUA sabiam que, se cruzassem uma linha vermelha declarando independência, a China seria forçada a tomar ação militar. Blanchette, especialista do CSIS, disse que uma possível explicação para o comentário de Xi era que alguns subordinados estavam tentando afastá-lo de políticas mais agressivas. “Qualquer que seja a explicação para os comentários de Xi, é claro que o ambiente de tomada de decisão – e as informações que alimentam isso – estão sendo distorcidas, seja pelos tenentes de Xi ou pelo próprio comportamento autocrático dele”, disse Blanchette.

Bonnie Glaser, especialista em China do German Marshall Fund, disse que o comentário pode ter sido parte da tentativa da China de afastar a Europa dos EUA na questão de Taiwan, mas também era possível que Xi acreditasse nisso. A embaixada chinesa em Washington não comentou o comentário de Xi, mas disse que os EUA estavam vendendo armas para Taiwan e apoiando “forças separatistas de independência”. O porta-voz de von der Leyen disse que ela não divulga detalhes sobre reuniões privadas. A Casa Branca não comentou.

(Demetri Sevastopulo em Washington e Joe Leahy em Pequim, 15 de junho de 2024)

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