Em sua coluna na CNN, Paulo Gala comenta que o aumento dos investimentos tem ajudado a controlar a inflação no Brasil. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) registrou um crescimento de 4,1% no último trimestre, a maior alta dos últimos quatro trimestres. Esse aumento nos investimentos em novas máquinas, equipamentos, fábricas e construções indica uma expansão da capacidade produtiva futura.
Gala destaca que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,8% no primeiro trimestre deste ano, a maior alta dos últimos três trimestres, alcançando cerca de R$ 10 trilhões. Esse crescimento do PIB, impulsionado por investimentos, é uma excelente notícia para o Brasil. A queda na taxa Selic nos últimos meses incentivou os empresários a investirem mais, o que ajudou na recuperação da FBCF.
Apesar das boas notícias sobre os investimentos, os indicadores de inflação trouxeram alguns desafios. O último IPCA de maio ficou acima do esperado, com uma alta de 0,46% contra uma expectativa de 0,40%. Além disso, os núcleos da inflação, que excluem maiores variações, subiram de uma média de 0,27% em abril para 0,39% em maio. Os preços de serviços subjacentes ou estruturais também aumentaram, de 0,33% no mês passado para 0,41% em maio.
Paulo Gala menciona que, dos nove grupos de preços, oito apresentaram alta, com destaque para alimentos e bebidas. Em Porto Alegre, a coleta de preços de alimentos já capturou alguns efeitos da tragédia, resultando em uma alta do IPCA de 0,87% no município. A inflação acumulada em 12 meses é de 3,93%, acima da meta de 3%, mas ainda abaixo da inflação dos últimos anos.
O IBGE também divulgou o IPP de abril, que mede os preços ao produtor da indústria, mostrando uma alta de 0,74% em abril em relação a 0,35% da última leitura. O INCC da FGV e os IGPs também estão pressionados. A desvalorização do real, devido a incertezas fiscais e manutenção de juros altos nos EUA, também traz pressões inflacionárias. Gala aponta que a tarefa do Banco Central de controlar a inflação ainda é desafiadora, mas os recentes aumentos nos investimentos são um auxílio importante.
Gala aponta outros dados positivos do PIB. O primeiro trimestre mostrou um aumento relevante de importações, possivelmente de tecnologia e máquinas para ampliar o parque produtivo do país. O consumo das famílias aumentou 1,5%, refletindo um mercado de trabalho mais aquecido, com a taxa de desemprego caindo para 7,5% e a criação de 240 mil novas vagas formais em abril, de acordo com o Caged.
O setor de serviços apresentou uma alta de 3% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, e o setor industrial subiu 2,8% na mesma comparação. A indústria extrativa cresceu quase 6% no primeiro trimestre deste ano, impulsionada por commodities como minério de ferro e petróleo. A indústria de transformação registrou uma alta de 1,5% em comparação ao quarto trimestre do ano passado, enquanto a agropecuária, apesar de sua recuperação, ainda está 3% abaixo do registrado no ano anterior.
Paulo Gala conclui sua coluna com uma visão positiva do PIB do primeiro trimestre, destacando os aumentos no investimento, consumo das famílias e serviços, além de um consumo do governo estabilizado. A notícia de que os empresários estão investindo é encorajadora para o futuro da economia brasileira.
Zulu
16/06/2024 - 11h58
A esperança é a última a morrer.