Cientistas chineses desenvolveram um sensor sem fio à base de hidrogel, do tamanho de uma semente de gergelim, capaz de transformar o monitoramento de pacientes com lesões cerebrais ou câncer.
O dispositivo, biodegradável, pode ser injetado diretamente no cérebro para medir temperatura, pH, pressão intracraniana e fluxo sanguíneo utilizando uma sonda de ultrassom externa.
“Em comparação com estudos existentes sobre sensores implantáveis sem fio, nosso sensor metagel oferece vantagens especificamente em relação ao tamanho do implante, múltiplos sinais dissociados e biodegradabilidade”, explicaram os pesquisadores em um artigo na Nature, publicado em 5 de junho.
Zang Jianfeng, professor na Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong em Uhan e autor correspondente, detalhou que o sensor “pode monitorar sem fio mudanças nos parâmetros fisiológicos” através de uma sonda externa.
O sensor permanece estável no cérebro por até um mês e se degrada completamente em quatro meses, eliminando a necessidade de cirurgias adicionais para remoção e reduzindo o risco de infecção.
Os pesquisadores testaram o dispositivo em ratos e porcos, notando que ele se mostrou superior em precisão e resolução comparado aos sensores clínicos tradicionais.
“O metagel superou a sonda clínica [de monitoramento da pressão intracraniana] em termos de resolução de pressão e precisão de tempo”, revelou a equipe.
Além disso, o sensor foi capaz de detectar lesões cerebrais traumáticas em ratos e registrar mudanças de temperatura comparáveis às de uma sonda comercial com fio.
Os testes em um modelo mais próximo dos humanos, utilizando um porco, confirmaram a alta precisão e a capacidade do metagel de capturar alterações de pressão relacionadas à respiração, um resultado não alcançado pela sonda clínica.
Este avanço representa uma mudança significativa no tratamento e monitoramento de pacientes, com potencial para aplicação clínica em breve. Zang enfatizou a importância da inovação em dispositivos médicos e o impacto positivo esperado na vida e saúde dos pacientes.
Com informações da SCMP
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