Em uma delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal, Ronnie Lessa, responsável confesso pelos assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, revelou detalhes sobre uma operação de espionagem direcionada ao PSOL. Segundo Lessa, o objetivo não se limitava à vereadora Marielle Franco, mas também mirava outros membros do partido.
No depoimento à Polícia Federal, Lessa destacou que os irmãos Brazão orquestraram a infiltração de Laerte Silva de Lima e sua esposa, Erileide Barbosa da Rocha, ambos ligados à milícia de Rio das Pedras, no partido. Laerte, descrito como parte do “braço armado” da milícia, teria sido introduzido no PSOL para coletar informações estratégicas.
“Domingos Brazão colocou um espião dentro do partido, um miliciano de nome Laerte, responsável por várias atividades criminosas na milícia de Rio das Pedras, e que trazia informações sobre figuras como Marcelo Freixo, Renato Cinco e Tarcísio Motta”, declarou Ronnie.
O caso ganhou destaque no programa Fantástico, onde Marcelo Freixo qualificou Ronnie Lessa como “um psicopata sem respeito à vida”, comentando sobre as várias mortes atribuídas a Lessa antes do crime contra Marielle.
Lessa, em seu depoimento, admitiu pela primeira vez sua participação no crime de 14 de março de 2018, fornecendo detalhes sobre os mandantes e as condições do assassinato, além de revelar o destino da arma utilizada.
A revelação da filiação de Laerte e Erileide ao PSOL em abril de 2017, seguida por sua expulsão em dezembro de 2020 após descobertas sobre suas verdadeiras atividades, destaca a penetração das milícias nas estruturas políticas do Rio de Janeiro.
A delação de Ronnie Lessa ainda sugere que Laerte possa ter exagerado ou inventado informações para se manter como informante infiltrado, o que reforça as complexidades e perigos das relações entre crime organizado e política na região.
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