O projeto de construção da Ponte Internacional Rio Mamoré, ligando o Brasil (Guajará-Mirim) e a Bolívia (Guayaramerin), está prestes a sair do papel após mais de 120 anos. A ponte, que terá 1,2 km de extensão, faz parte do novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e visa fortalecer a integração na América do Sul com a China.
Estratégia econômica e integração regional
O governo brasileiro destacou que a principal motivação para a construção da ponte é fortalecer a integração na América do Sul. No entanto, há um interesse estratégico em ampliar o comércio pelo Oceano Pacífico, visando expandir as relações econômicas com a Ásia.
Histórico e acordos anteriores
O acordo para a construção da ponte foi firmado em 2007, durante o segundo mandato do presidente Lula, mas nunca foi implementado.
O projeto foi elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em 2015 e atualizado em 2023. A ideia da ponte é originária do Tratado de Petrópolis, firmado em 1903, durante a compra do Acre pelo Brasil.
O tratado previa a construção da estrada de ferro Madeira–Mamoré para facilitar o escoamento das exportações bolivianas e a construção da ponte é vista como uma continuação desse compromisso.
A construção da ponte está prevista para começar em 2025 e terminar em 2027, com um custo inicial estimado em R$ 300 milhões. No entanto, o edital lançado pelo DNIT estima o valor global das obras em cerca de R$ 430 milhões.
Atualmente, o Brasil possui 12 pontes binacionais, com duas em construção e outras três em planejamento.
A mais conhecida é a Ponte Internacional da Amizade, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Além da ponte de Guajará–Mirim, o governo brasileiro planeja construir mais duas pontes binacionais, conectando o Brasil à Argentina e ao Uruguai. As obras das outras duas pontes que ligarão o país ao Paraguai também estão em andamento.
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