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Miliciano diz que Rivaldo recebia dinheiro de máfia e que vendeu carro para salvar esposa

Em um depoimento gravado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, acusou o delegado Rivaldo Barbosa de corrupção e de transformar a Delegacia de Homicídios (DH) em um centro de negociações ilícitas. Curicica relatou que Barbosa recebia propinas para obstruir investigações de assassinatos relacionados à […]

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Em um depoimento gravado ao Ministério Público do Rio de Janeiro, o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, conhecido como Orlando Curicica, acusou o delegado Rivaldo Barbosa de corrupção e de transformar a Delegacia de Homicídios (DH) em um centro de negociações ilícitas.

Curicica relatou que Barbosa recebia propinas para obstruir investigações de assassinatos relacionados à máfia do jogo ilegal no Rio, conforme reportagem do Globo.

Ele mencionou um episódio específico em que vendeu um carro para arrecadar R$ 18 mil, entregues ao delegado para evitar acusações contra sua esposa por posse ilegal de arma.

“Houve uma busca e apreensão na minha casa e foi achada uma pistola, só que eu não estava em casa. E eles fizeram contato comigo dizendo que iam botar a responsabilidade da arma na minha mulher. Eles me pediram R$ 20 mil pra não imputar a minha mulher a posse da arma”, relatou Curicica em depoimento.

“O doutor Rivaldo. Na época, eu tinha uma Palio preta, eu consegui vender por 18 mil e mandei o dinheiro pra DH. Esse dinheiro foi junto com o advogado que levou, foi o mesmo que levou a minha mulher pra ser ouvida. Enquanto ouviram a minha mulher, houve pagamento da extorsão. Ele nunca mais mexeu no inquérito. O inquérito é de 2013 e está no sistema até hoje, sem solução”, emendou.

A prisão de Curicica e sua subsequente acusação vieram após ser inicialmente implicado por uma testemunha falsa no assassinato da vereadora Marielle Franco, uma manobra que ele atribui aos verdadeiros mandantes do crime para desviar o foco das investigações. A Polícia Federal mais tarde descreditou essa testemunha, revelando a farsa.

Curicica também detalhou como a corrupção na DH se agravou sob a liderança de Barbosa desde 2015, alegando que o delegado facilitava a extorsão dentro da delegacia, beneficiando criminosos envolvidos em homicídios.

“Ele passou a chefiar as três DHs. É como se fosse uma Polícia Civil dentro da Polícia Civil. Era muito mais fácil para você extorquir. O que a contravenção faz? Ela faz jogo e ela mata. E o que é mais grave? Você pegar o cara sentado ali e escrevendo um jogo do bicho ou você ter que acusar o bicheiro de um homicídio? (…) A contravenção nunca parou de matar. Ela mata até hoje. A diferença é que ela hoje não é investigada”, detalha o miliciano.

Ele descreveu práticas como atrasar deliberadamente buscas e apreensões e dificultar a localização de testemunhas para “enxugar” os inquéritos e assegurar seu arquivamento sem conclusão.

Além de Barbosa, o miliciano acusou o promotor aposentado Homero das Neves Freitas Filho de receber pagamentos mensais de R$ 30 mil da máfia do jogo para sabotar investigações junto à DH.

“Há vários casos que o Dr. Homero atuava com o que eles chamavam de “enxugar o inquérito”. Como é que funciona isso? Eu sou amigo ou eu pago para ser amigo. Então, ele evita produzir prova contra mim. Como assim? Existe uma filmagem do local onde houve o homicídio. Eu seguro essa busca e apreensão por mais de 30 dias. Por quê? Porque toda gravação se renova com 30 dias”, revelou Curicica.

“Então eu só libero essa busca e apreensão pra essa câmera depois de 30 dias. Porque eu já tenho a certeza de que o que estava gravado já foi apagado. Essa era uma das formas. A outra é a não localização de testemunhas”, explicou.

“Normalmente quando se localizava uma testemunha, quando se mandava a intimação não conseguia se achar, ou as perguntas feitas não querem direcionar para a pessoa tal, mas normalmente manter o inquérito enxuto. A expressão usada era essa, normalmente enxugar o inquérito, não deixar nada no inquérito que amanhã ou depois possa ser usado. Era dessa forma que se trabalhava”, completou.

O relatório final da investigação sobre o caso Marielle Franco menciona as acusações contra Barbosa e Freitas Filho, criticando suas atuações nas investigações de homicídios e seu impacto na segurança pública do Rio de Janeiro.

Em resposta, Homero Freitas Filho negou as acusações, descrevendo-as como tentativas desesperadas de Curicica de se eximir de responsabilidades, enquanto o advogado de Rivaldo Barbosa rejeitou as alegações de recebimento de propina por parte de seu cliente, enfatizando a necessidade de analisar cada inquérito individualmente.

Leia a íntegra da nota de Homero Freitas Filho!

Nunca soube da existência dessa acusação. Nunca fui comunicado ou chamado para dar qualquer explicação. Certamente por ter sido feita por um presidiário, miliciano, assassino perigoso, preso em um Presídio Federal de Segurança Máxima.

Está havendo uma inversão de valores onde um criminoso sem nenhuma credibilidade acusa e coloca em dúvida o trabalho de quase 30 anos de um Promotor de Justiça, que o denunciou no mês de julho de 2018, juntamente com mais quatro comparsas, como mandante da morte de Carlos Alexandre Pereira, colaborador do então Vereador Marcello Siciliano, fato amplamente divulgado na época.

Taís alegações mais parecem uma tentativa desesperada de se livrar das imputações que lhe eram feitas, sem qualquer coerência e, por óbvio, corroboração.

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