A Argentina enfrenta uma das suas piores crises econômicas nas últimas décadas, com a inflação superando a marca de 250%. Esse cenário tem levado a uma queda nas vendas de produtos essenciais e um aumento no número de pessoas buscando alimentos descartados, segundo relatos de Sandra Boluch, vendedora de frutas e verduras em Buenos Aires, conforme reportagem da CNN.
Sob a liderança do presidente Javier Milei, o governo argentino tem adotado medidas de austeridade brutais para tentar controlar a inflação.
Tais medidas incluem cortes nos gastos públicos e desvalorização do peso argentino, que contribuíram para o agravamento da inflação e afetaram a capacidade de compra da população.
Um estudo recente indicou que a taxa de pobreza na Argentina pode ter atingido aproximadamente 60%, um aumento significativo em relação aos 40% registrados no ano anterior. Esse aumento pressiona o governo de Milei a produzir resultados rápidos com suas reformas e cortes de gastos.
A desvalorização do peso em mais de 50% em dezembro intensificou a inflação, elevando os preços mesmo quando convertidos em dólares. Isso afetou argentinos de todas as classes sociais, reduzindo as quantidades de produtos que as pessoas podem adquirir e aumentando o número de pessoas dependentes de alimentos descartados.
O governo planeja divulgar os dados da inflação de fevereiro, com a expectativa de uma taxa mensal de aumento de cerca de 15,3%, uma desaceleração em relação aos meses anteriores. Apesar disso, a inflação anual ainda é projetada para permanecer acima de 250%.
Milei alertou que março pode ser um mês desafiador, com sinais de declínio nas vendas, atividade e produção, refletindo o impacto das medidas de austeridade, que também incluem reduções em pensões e salários do setor público, além de cortes no investimento público.
Crédito/Foto: REUTERS/Matias Baglietto
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