Segundo informações divulgadas pela revista Veja e confirmadas em depoimento à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, relatou uma reunião privada em novembro de 2022, logo após as eleições presidenciais.
Neste encontro, Bolsonaro teria consultado os comandantes das Forças Armadas sobre a viabilidade de um golpe de estado em resposta a sua derrota nas urnas para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Cid, a reunião incluiu os chefes do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, onde Bolsonaro teria apresentado uma minuta golpista pré-aprovada, supostamente elaborada por Filipe Martins, um de seus principais assessores. Apenas o comandante da Marinha, segundo Cid, teria oferecido suporte ao plano.
A defesa de Bolsonaro, ao ser procurada para comentar sobre as acusações, classificou as informações como “uma fofoca” e se recusou a dar declarações. As defesas dos ex-comandantes das Forças não foram localizadas para comentários.
Em um desdobramento relacionado, Mauro Cid está agendado para prestar mais um depoimento à Polícia Federal, motivado por afirmações do general Freire Gomes. Gomes teria confirmado a realização da reunião golpista e mencionado a participação de Bolsonaro na manutenção de acampamentos golpistas em Brasília.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tem acompanhado as investigações, com um ministro destacando a importância do depoimento de Freire Gomes, considerando-o mais significativo do que uma delação premiada, por oferecer um relato direto de uma testemunha, não de um réu buscando benefícios judiciais.
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