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Casa Branca não se conforma que no Brasil exista mídia que recusa a narrativa pró-Ucrânia

Um levantamento feito pelo Laboratório de Pesquisa Forense Digital (DFRLab) e publicado pelo think thank estadunidense Atlantic Council – conhecido por ser um dos principais think tanks do establishment de guerra dos Estados Unidos – mostra que a Rússia tem usado com exaustão a comunicação digital, especialmente dos canais RT e Sputnik, para alcançar o […]

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REPRODUÇÃO

Um levantamento feito pelo Laboratório de Pesquisa Forense Digital (DFRLab) e publicado pelo think thank estadunidense Atlantic Council – conhecido por ser um dos principais think tanks do establishment de guerra dos Estados Unidos – mostra que a Rússia tem usado com exaustão a comunicação digital, especialmente dos canais RT e Sputnik, para alcançar o público latino-americano e garantir que a narrativa pró-Ucrânia, presente nos grandes veículos de mídia do continente, não se torne ainda mais hegemônica e de acordo com os interesses diretos do governo dos EUA, o maior interessado na guerra.

Além disso, a pesquisa destacou o papel ativo dos embaixadores russos na disseminação de opiniões alinhadas com o Kremlin nos meios de comunicação locais e a publicação de artigos de opinião, que são táticas destacadas na abordagem da Rússia.

Bem, na minha singela opinião, tudo isso é normal, já que os embaixadores são bem pagos e preparados para defender os interesses de seus países. E outra, a opinião de um embaixador sempre será destacada, pois sua posição representa a visão de um governo.

A própria Casa Branca paga muito bem seus embaixadores para defender os interesses dos EUA mundo a fora, e por mais que eu possa discordar de alguns pontos, não vou negar a legitimidade e o poder de uma diplomacia forte e soberana, seja de qualquer país.

Mas ainda segundo o think thank dos EUA, Moscou tem se beneficiado de um suposto “apoio de jornalistas” e “influenciadores” que, mesmo sem vínculos oficiais com os veículos russos, promovem “conteúdo pró-Rússia” e cita O Cafezinho como um desses veículos. Veja o gráfico!

Essa abordagem é desonesta, pois tenta criminalizar o livre exercício de opinião do jornalismo, ao mesmo tempo que tenta forçar que a opinião pública não tenha uma visão plural sobre a guerra e os interesses em jogo, jogando suspeitas sobre qualquer veículo ou jornalista que tenha uma visão crítica, honesta e isonômica sobre a guerra.

Não estou aqui para defender o Kremlin e nenhum membro do governo russo, inclusive tenho críticas, mas é justo que as pessoas não tenham acesso minimamente equilibrado das informações desse conflito que se arrasta há mais de dois anos?

Na sequência, o relatório do DFRLab também fala sobre as atividades de comunicação das embaixadas russas em países como Brasil, México, Argentina, Colômbia, Venezuela, Chile, Equador, Bolívia, Cuba e Nicarágua e insinua que existe uma “ênfase” na promoção das perspectivas russas sobre a guerra na Ucrânia e outros temas de interesse geopolítico de Moscou.

Sobre isso, cabe a cada veículo citado no relatório se posicionar, pois não estou em posição de porta-voz.

Mas posso dizer que aqui no Cafezinho, nós publicamos informações de várias agências internacionais como Reuters, AFP, DW, Xinhua, TASS e Sputnik, pois nós entendemos que apesar da nossa linha editorial ser claramente progressista, não podemos deixar que nossos leitores fiquem presos em bolhas de narrativas, como alguns veículos da nossa grande mídia fazem descaradamente, tanto sobre a guerra na Ucrânia quanto no genocídio de Israel em Gaza.

Ainda no contexto da guerra na Ucrânia, o think tank fala sobre “narrativas” que, segundo eles, frequentemente enfatizam a visão de que a operação militar russa visa a “desnazificação” da Ucrânia, descrevendo o país como agressor e responsável por crimes de guerra.

Essa postura, de acordo com o relatório, é contrastada com temas do que eles chamam de “ressonância local“, como críticas ao imperialismo norte-americano e o apoio à multipolaridade mundial.

Sim, os EUA operam com a lógica imperial, desde sempre, caso contrário não seriam a principal potência global desde o final da Segunda Guerra Mundial, onde aumentou exponencialmente sua influência em países da Europa e na própria América Latina.

Diante desse fato histórico, nada mais justo que defender o mínimo de multipolaridade nas relações internacionais, comerciais e diplomáticas. A pergunta que faço é: Por que o autoproclamado “país da liberdade” estaria preocupado com isso?

Por fim, o DFRLab examinou a cobertura da RT en Español e Sputnik Mundo, identificando uma “abordagem consistente na promoção de narrativas que justificam as ações militares russas e criticam a ajuda militar ocidental à Ucrânia”.

E nos EUA isso é diferente? Não existem grandes veículos de mídia na terra do Tio Sam que defendam os interesses do próprio Tio Sam? Não existem veículos nos EUA e fora dele – aqui no Brasil, por exemplo -, que não justificam diariamente, por meio de editoriais, a matança em Gaza pelo Exército de Israel? Ficam os questionamentos.

Para acessar o relatório completo, clique neste link.

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Gabriel Barbosa

Jornalista cearense com pós-graduação em Comunicação e Marketing Político. Atualmente, é Diretor do Cafezinho. Teve passagens pelo Grupo de Comunicação 'O Povo', RedeTV! e BandNews FM do Ceará. Instagram: @_gabrielbrb

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