Na última sexta-feira, o ex-comandante do Exército, General Marco Antônio Freire Gomes, prestou depoimento à Polícia Federal (PF) como testemunha, durante aproximadamente 7 horas, sobre seu envolvimento em reuniões que discutiram o golpe de estado durante o governo Bolsonaro.
Este plano, conhecido como “minuta do golpe”, incluía a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e buscava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O depoimento de Gomes revelou detalhes dessas discussões, levantando preocupações entre militares e aliados políticos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre possíveis implicações.
Segundo reportagem de Andréia Sadi para o G1, a estratégia dos aliados envolveu a tentativa de descredibilizar Gomes, acusando-o de traição por não apoiar ativamente os planos discutidos.
Um vídeo que circula entre grupos bolsonaristas critica Gomes por supostamente ter iludido o ex-presidente com discussões sobre a Constituição, sem intenção real de agir conforme as expectativas de Bolsonaro.
Além disso, há esforços para responsabilizá-lo pela não desmobilização dos acampamentos golpistas, com o intuito de “queimar” sua reputação.
A Polícia Federal espera usar as informações fornecidas por Gomes para avançar nas investigações, planejando cruzar seus relatos com os de outras testemunhas, como o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Cid, que já fez um acordo de delação premiada, será chamado para depor novamente, com o objetivo de esclarecer pontos ainda obscuros sobre as reuniões e a “minuta do golpe“. Caso haja inconsistências em seu depoimento, ele pode perder os benefícios concedidos pela delação.
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