Investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) estão focadas em apurar um plano de golpe de Estado com o objetivo de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
Documentos revelam que Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do então presidente, comunicou-se com o general Antônio Freire Gomes, à época comandante do Exército, através do aplicativo UNA, utilizado institucionalmente pelas Forças Armadas, para relatar o progresso da conspiração.
Segundo informações divulgadas pelo Metrópoles, a troca de mensagens entre Cid e Freire Gomes se estendeu por 31 dias, de 8 de novembro a 9 de dezembro de 2022. A PF identificou cinco áudios enviados por Cid que demonstram a evolução dos esforços golpistas liderados por Bolsonaro e seus colaboradores.
Nas comunicações, Cid forneceu ao general detalhes sobre as reuniões secretas, incluindo a decisão de Bolsonaro de revisar e simplificar o documento que formalizaria o golpe.
A versão final do documento previa apenas a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), eliminando referências a outras autoridades.
Em delação premiada à PF, Cid mencionou uma minuta de decreto proposta por Bolsonaro, que contemplava a detenção de Moraes, a convocação de novas eleições e a anulação dos resultados eleitorais que confirmaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-comandante do Exército, Freire Gomes, é esperado para depor sobre essas alegações.
O inquérito que deu origem à Operação Tempus Veritatis, deflagrada recentemente, que não descarta a possibilidade de que os comandantes militares tenham se omitido diante das tentativas de golpe. Freire Gomes, até o momento, não comentou sobre as investigações ou sobre suas interações com Cid e Bolsonaro, apesar dos apelos por esclarecimentos.
Ainda segundo a reportagem do Metrópoles, Freire Gomes teria afirmado a colegas e conhecidos que sua estratégia de engajar o Alto Comando Militar foi uma tentativa de prevenir um golpe, considerando essa abordagem mais eficaz do que levar as preocupações diretamente ao STF, o que poderia desencadear uma crise institucional com consequências imprevisíveis.
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