A entrevista concedida pelo presidente russo, Vladimir Putin, ao jornalista americano Tucker Carlson provocou reações acaloradas do governo dos Estados Unidos e de setores da mídia, conforme relatado pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
A discussão centrou-se na cobertura e na interpretação da entrevista, que marca a primeira vez que um jornalista americano entrevista Putin pessoalmente desde o início do conflito na Ucrânia.
Segundo Zakharova, a reação negativa demonstra um “ataque histérico” por parte de várias instituições americanas, incluindo a Casa Branca e o Departamento de Estado, bem como de importantes meios de comunicação, que aconselharam o público a não assistir à entrevista.
“Isso é fenomenal. A reação deles revela tanto a falsidade de suas abordagens que, falando francamente, você não consegue acreditar”, declarou a porta-voz em entrevista ao jornal russo Izvestia.
“Eles tiveram um ataque histérico – a Casa Branca, o Departamento de Estado, todos os principais meios de comunicação estão gritando a plenos pulmões uma coisa apenas: não assista [à entrevista do Presidente Putin], e que um jornalista americano não deveria conduzir a entrevista“, completou.
O secretário de imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, sugeriu que a hostilidade em relação a Carlson poderia ser motivada por “ciúme profissional” entre colegas de imprensa.
A entrevista, que foi amplamente divulgada pelo site russo RT, teve como foco as relações entre Moscou e Kiev, gerando significativa atenção internacional.
Tucker Carlson, anteriormente associado à Fox News, criticou a mídia ocidental por sua cobertura do conflito ucraniano, acusando-a de desinformar o público sobre a posição russa.
“Isto é errado. Os americanos têm o direito de saber tudo o que puderem sobre a guerra em que estão implicados”, escreveu Carlson no X.
A reação à entrevista também se estendeu a figuras públicas nos Estados Unidos, incluindo a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, que descreveu Carlson como um “idiota útil”. Houve até apelos para que o governo dos EUA impedisse o retorno de Carlson ao país após a entrevista.
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