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É falsa a informação de que o Brasil é o único país que vacina crianças contra a covid-19

A narrativa quer desencorajar as famílias a vacinar as crianças, mas lembre-se: vacinas salvam vidas Os produtores de desinformação tentam, mas não conseguem encobrir os fatos. Não há dúvidas de que o avanço da vacinação contra a covid-19 foi determinante para a redução do número de casos graves, hospitalizações e mortes. Agora, a nova fake […]

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Myke Sena/MS

A narrativa quer desencorajar as famílias a vacinar as crianças, mas lembre-se: vacinas salvam vidas

Os produtores de desinformação tentam, mas não conseguem encobrir os fatos. Não há dúvidas de que o avanço da vacinação contra a covid-19 foi determinante para a redução do número de casos graves, hospitalizações e mortes. Agora, a nova fake news que circula nos grupos de aplicativos de mensagens e redes sociais é que o Brasil é o único país a vacinar crianças contra a covid-19. Isso é falso. A narrativa quer desencorajar as famílias a vacinar as crianças contra a enfermidade, alegando que os efeitos colaterais da vacina são fatais.

Vamos entender como funciona a vacinação contra a covid-19 e os motivos que tornam o imunizante a melhor opção.

Covid-10 em crianças e adolescentes

Em geral, crianças e adolescentes que contraíram a doença desenvolvem quadros clínicos mais leves quando comparados aos adultos. Porém, é importante entender que essa população não está isenta de apresentar formas graves e letais da doença, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P).

A carga da covid-19 nessa faixa etária é significativa, principalmente, quando comparada a outras doenças infectocontagiosas e imunopreveníveis que afetam (ou afetaram antes da vacinação) as crianças no país.

Para entender o cenário, foram notificados, até o dia 18 de novembro de 2023 (semana epidemiológica 46), 3.379 casos de SRAG por covid-19 em menores de 1 ano e 1.707 casos na faixa etária de 1 a 4 anos. Destes, 99 casos em menores de 1 ano e 31 casos na faixa etária de 1 a 4 anos evoluíram para óbitos.
Já os casos de SIM-P no Brasil, monitorados de julho de 2020 a setembro de 2023, chegaram a 2.094. As mortes em crianças e adolescentes contabilizaram um total de 142. Isso significa uma taxa de letalidade de 6,8%. A SIM-P é uma condição clínica potencialmente grave que ocorre neste grupo após o contato com o vírus da covid-19.

Qual o benefício de vacinar crianças?

As medidas de prevenção e controle da enfermidade continuam sendo recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A orientação dos especialistas e do Ministério da Saúde é reforçar a proteção também em crianças e adolescentes. Além de aumentar a imunidade deste grupo contra formas graves da doença, a vacinação ajuda a amenizar a propagação do SARS-CoV-2 na população em geral.
Os benefícios da vacina em crianças foram avaliados em estudos que utilizaram os critérios de ponte imunológica e eficácia. O papel protetor da vacinação foi confirmado e demonstrou a redução de desfechos graves nas crianças, como hospitalizações, complicações, sequelas e mortes.

Os efeitos colaterais relatados têm sido, em sua maioria, de leves a moderados e não duraram mais do que alguns dias. Alguns efeitos típicos são dor no local da injeção, febre, fadiga, dor de cabeça, dor muscular, calafrios e diarreia.

Quais países já vacinaram crianças contra a covid-19?

Além do Brasil, diversos outros países vacinaram crianças e adolescentes contra a covid-19. Os Estados Unidos, por exemplo, no final de 2021, já tinham aplicado a vacina em mais de cinco milhões de crianças, sob orientação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). O país também foi o primeiro do mundo a vacinar bebês a partir dos seis meses e, atualmente, a vacina contra a doença foi introduzida no calendário infantil. Nos Estados Unidos até a data de 11/05/2023 um total de 2.205.310 crianças entre 6 meses e 5 anos de idade já receberam ao menos 1 dose de vacina para covid-19.
O Canadá, Alemanha, Irlanda e a Grécia são mais países que iniciaram a proteção de crianças contra a doença a partir da faixa etária de 6 meses de idade. Enquanto, outros países, como Espanha e Reino Unido, optam pela vacinação a partir da faixa etária de 6 meses de idade se houver alguma comorbidade (imunossupressão, doenças cardíacas, diabetes, deficiências neuro-cognitivas, etc.)

Na Europa, países como Áustria, Bélgica, Estônia, França, Holanda, Itália, Noruega, entre outros, aprovaram ou aplicaram, ainda no auge da pandemia, imunizantes para a faixa etária de 5 a 11 anos. Hoje, a União Europeia recomenda a vacinação de crianças a partir dos 6 meses de idade.

A vacina contra a covid-19 é segura para crianças?

Sim. O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), realiza um monitoramento rigoroso da segurança das vacinas usadas em todo o país, por meio do Sistema Nacional de Vigilância (SNV).

Neste sentido, a Anvisa autorizou o uso da vacina Pfizer-BioNTech para crianças de 6 meses a 4 anos de idade com base na revisão de dados de segurança e eficácia de um estudo que avaliou as fases 1, 2 e 3 de desenvolvimento da vacina.

Para exemplificar a eficiência, quem não toma o imunizante contra a covid-19, por exemplo, tem muito mais chances de desenvolver miocardite quando comparado a alguém que já recebeu a imunização. Diante deste cenário, e considerando o risco de situações mais graves, o benefício das vacinas supera muito o risco da não vacinação. Por isso, o Ministério da Saúde mantém a recomendação da vacinação das crianças no Brasil.

Quando o assunto é vacinação, seja contra a covid-19 ou outras doenças, a população deve estar atenta às informações e buscar fontes confiáveis. A vacina continua sendo a melhor forma de prevenir doenças.

Crianças fazem parte dos grupos de risco?

O grupo prioritário para vacinação contra a covid-19 inclui idosos; adultos mais jovens com comorbidades significativas (como diabetes e doenças cardíacas); pessoas com condições de imunocomprometimento (por exemplo, pessoas vivendo com HIV e receptores de transplante), incluindo crianças de 6 meses de idade ou mais; pessoas grávidas; e profissionais de saúde da linha de frente.

No grupo de baixa prioridade, estão crianças e adolescentes saudáveis de 6 meses a 17 anos. Mesmo assim, vale lembrar, mais uma vez, que as doses primárias e de reforço são seguras e eficazes em crianças e adolescentes.

Calendário de vacinação

A partir de 2024, a vacina contra a covid-19 faz parte do Calendário Nacional de Vacinação. Assim, crianças abaixo de 5 anos (de 6 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias) devem realizar o esquema vacinal com três doses.

O esquema de imunização indicado para crianças está dividido em três fases: a dose 1 deverá ser administrada aos 6 meses de idade; a dose 2, aos 7 meses; e a dose 3, aos 9 meses. Mesmo com as definições do cronograma, todas as crianças entre 6 meses e 4 anos, 11 meses e 29 dias podem receber as três doses do imunizante contra o coronavírus, seguindo o intervalo recomendado de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira.

Além disso, estados e municípios devem também realizar a vacinação de pessoas com mais de 5 anos de idade que não foram vacinadas anteriormente ou receberam apenas uma dose.
O Ministério da Saúde recomenda também que grupos prioritários tomem uma dose periódica, independentemente do número de doses já recebidas.

Escolha a vacina

A vacinação é gratuita para toda a população do país. Procure uma unidade de saúde e lembre-se de levar o cartão de vacinação. Os locais estão prontos para oferecer as vacinas necessárias em todas as fases da vida, desde a infância até a idade adulta e a terceira idade.

Proteja a sua saúde!

Diga NÃO à desinformação

Narrativas falsas são criadas frequentemente por grupos antivacinas e espalhadas no mundo virtual sem nenhum controle. Por isso, é muito importante esclarecer ao maior número de pessoas a importância de se proteger contra doenças que já têm imunizantes. Não repasse informações duvidosas. Pesquise em fontes oficiais e entre para o time de combate à desinformação.

Publicado originalmente pelo Ministério da Saúde

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