Na quinta-feira, 8 de fevereiro, a Polícia Federal prendeu Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), como parte da Operação Tempus Veritatis, que mira indivíduos incluindo Braga Netto, Augusto Heleno, Valdemar Costa Neto, entre outros. A detenção de Câmara foi confirmada ao g1 por seu advogado, Eduardo Kuntz.
A Operação Tempus Veritatis tem como objetivo desarticular um grupo acusado de planejar um golpe de Estado e a eliminação do Estado Democrático de Direito em 8 de janeiro de 2023, buscando manter Bolsonaro no poder para garantir benefícios políticos.
A ação envolve a execução de 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva, e 48 medidas cautelares alternativas à prisão.
Estas últimas medidas abrangem a proibição de contato entre os investigados, restrição de saída do país com entrega obrigatória dos passaportes em até 24 horas, e a suspensão de funções públicas.
Os procedimentos da operação ocorrem em diversos estados, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás, e no Distrito Federal.
Leia a íntegra da nota da PF!
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
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