Um recente estudo denominado “Previsão de Risco de Corrupção” (“Corruption Risk Forecast”), criado pela professora Alina Mungiu-Pippidi em 2015 com financiamento da União Europeia, coloca o Brasil em posição de destaque no controle da corrupção globalmente.
O índice, que utiliza critérios objetivos como acesso à informação, transparência orçamentária, governo eletrônico e modelo de licitações, mostra o Brasil superando nações como Bélgica, Chile e Israel e, em alguns aspectos, à frente de Dinamarca, Alemanha e Suíça. A informaçãp foi divulgada pelo Conjur.
Este índice avalia o Brasil como um líder em transparência e integridade da administração pública, contrastando significativamente com o “Índice de Percepção da Corrupção” (IPC) da Transparência Internacional, onde o Brasil aparece na 104ª posição entre 180 países.
O “Previsão de Risco de Corrupção” destaca o Brasil quase entre os dez primeiros em transparência orçamentária e governo eletrônico, além de um segundo lugar em transparência administrativa entre 119 países.
O estudo revela uma discrepância notável com o IPC, que baseia suas conclusões em fontes anônimas e financiamento igualmente não identificado, enquanto o “Previsão de Risco de Corrupção” emprega critérios objetivos de avaliação.
Este contraste aponta para uma possível distorção na percepção pública da corrupção no Brasil, agravada por campanhas de opinião que podem influenciar negativamente a visão sobre as instituições do país.
Pesquisas indicam que a corrupção ganhou destaque na mídia e na opinião pública a partir dos anos 1990, culminando com a operação “Lava Jato” em 2014, que impactou drasticamente a posição do Brasil no IPC. Contudo, o “Previsão de Risco de Corrupção” sugere que, não fosse pela influência das pesquisas de opinião, o Brasil estaria melhor posicionado no controle global da corrupção.
O índice apresentado desafia a narrativa prevalecente e sugere que, apesar das aparências, o Brasil tem feito progressos significativos no combate à corrupção, evidenciado por robustos mecanismos de controle interno e externo da administração pública estabelecidos desde a Constituição Federal de 1988.
A discrepância entre os índices levanta questões sobre a eficácia das instituições brasileiras e a influência da opinião pública em sua percepção e funcionamento, destacando a complexidade do combate à corrupção no cenário atual.
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