Um estudo recente da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) destacou que o Brasil se tornou o maior consumidor de agrotóxicos do mundo em 2021, superando a soma do uso dessas substâncias por China e Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa, foram aplicadas nas lavouras brasileiras 719,5 mil toneladas de agrotóxicos, contra 701 mil toneladas utilizadas conjuntamente por China (244 mil toneladas) e EUA (457 mil toneladas).
Este dado coloca o Brasil no topo do ranking mundial de uso de agrotóxicos, seguido pelos Estados Unidos e pela Indonésia, que aplicou 283 mil toneladas em suas culturas agrícolas.
Em termos de densidade de aplicação, o Brasil usa 10,9 quilogramas de agrotóxicos por hectare de lavoura, um contraste marcante com os 2,85 kg/ha nos EUA e 1,9 kg/ha na China. Per capita, o Brasil registra 3,31 kg de agrotóxicos por pessoa, enquanto os números são 1,36 kg nos EUA e 0,17 kg na China.
Além disso, o país registrou um aumento de 1.300% no uso de agrotóxicos ao longo de 31 anos, passando de 51,1 mil toneladas anuais em 1990 para os números atuais. Esse crescimento é frequentemente associado à dependência do modelo agrícola brasileiro de exportação, especialmente na produção de soja, em relação ao uso dessas substâncias.
A FAO também apontou que o Brasil é o maior importador mundial de fertilizantes, consumindo 18% das importações globais, além de liderar as importações de agrotóxicos com 283 mil toneladas em 2022, segundo dados do Ibama.
Relatórios ambientalistas indicam que a cada dois dias, uma pessoa morre no Brasil devido a intoxicação por agrotóxicos, com uma em cada cinco vítimas sendo crianças ou adolescentes com até 19 anos.
Destaca-se que, entre os dez defensivos mais comercializados no Brasil, cinco são proibidos na União Europeia devido aos riscos à saúde, refletindo preocupações com o “Colonialismo Químico” no setor agrícola brasileiro.
Com informações do Brasil de Fato
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