O Governo Federal anunciou planos para alocar pelo menos R$ 20 bilhões, oriundos de outorgas de quatro concessões logísticas, em novos projetos de trens de passageiros.
Leonardo Ribeiro, secretário nacional de Transporte Ferroviário, indicou a existência de estudos que confirmam a viabilidade de seis trechos ferroviários específicos dentro da malha federal atualmente subutilizada, que poderiam ser revitalizados para o transporte de passageiros.
“Estudos apontam que há factibilidade nos seis trechos. São linhas ferroviárias da malha federal que se encontram ociosas e que podem ser usadas para transporte de passageiros”, explicou Ribeiro a imprensa.
Os trechos identificados pelo Ministério dos Transportes, após análise de 400 possíveis linhas, são:
– Pelotas (RS) a Rio Grande (RS);
– Londrina (PR) a Maringá (PR);
– Brasília (DF) a Luziânia (GO);
– Salvador (BA) a Feira de Santana (BA);
– Fortaleza (CE) a Sobral (CE);
– São Luís (MA) a Itapecuru (MA).
Adicionalmente, está em discussão uma proposta de decreto que visa assegurar a transferência de tecnologia em futuras concessões a operadores estrangeiros.
Ribeiro informou que os projetos serão detalhados nos próximos meses, com expectativa de iniciar os processos licitatórios no começo do próximo ano.
Nelson
01/02/2024 - 21h56
Bem. Ainda que tenha votado em Lula, não posso me furtar de fazer a crítica. O que se vislumbra aqui é a continuidade do que já está provado que não deu certo: privatização.
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Fernando Henrique Cardoso privatizou as ferrovias e, ao invés de se expandir, ao invés de se expandir como a vasta propaganda em favor das privatizações prometia, a malha ferroviária encolheu a bem menos da metade do que a que existia até ali.
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Por que motivo? Ora, simplesmente porque o capital privado não vislumbrou lucro em manter em funcionamento toda a malha que já existia. Concentrou-se apenas nos trechos em que poderia obter esse lucro com o menor custo e o menor esforço possíveis.
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Não, não estou a demonizar as empresas privadas. Se o ambiente é capitalista, tais empresas estão corretas, pois aí não há espaço para prejuízo, empate ou filantropia; é preciso buscar o lucro incessantemente e que também incessantemente aumentem tais lucros.
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Nem estou aqui a expor a visão da classe trabalhadora, que não conseguir ver uma única privatização entregar o que foi prometido por meio da vastíssima propaganda. Estou falando das micro, pequenas e médias empresas, cujos donos seguem apoiando as privatizações, ainda que se apresentem como muito espertos.
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Estou os invocando a abrirem os olhos para que se deem conta, definitivamente, de que, para o bem da própria empresa privada, para que seus custos não sofram majorações frequentes até ultrapassarem o limite do suportável, vários setores têm que ficar estritamente nas mãos do Estado.
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Voltando, então, ao governo Lula. É bem provável que, ao invés de impulsionar a necessária retomada do setor ferroviário para estrito controle do Estado, o governo federal vai voltar a apelar para as altamente ruinosas PPPs.
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Pegando um gancho no que dizia meu pai, com as PPPs o Estado entra com a maminha, a picanha, o filé, e o grande capital privado entra com “o par de beiço e a dentadura”. Ou seja: socialização dos custos e privatização dos ganhos (lucros).
Ligeiro
01/02/2024 - 21h09
Como sempre digo neste tipo de notícia, “só acredito vendo”.
Não entendo a falta de esforço político para (re)criar uma estatal que possa servir para operação e manutenção de vias férreas. Até mesmo o liberal Estados Unidos tem ferrovias com operação estatal ou concessionada, e com subsídios. A Europa idem. A China é a que mais investe hoje como Estado em ferrovias.
Brasil “perdeu o bonde” várias vezes. Quem é entusiasta da área está bem cético com as promessas.