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Veto da França ao acordo com o Mercosul provoca crise na União Europeia

Desde o início desta semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, e membros de seu governo têm manifestado sua oposição à ratificação do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, argumentando que sua conclusão é impossível. O ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, reforçou essa postura na quarta-feira, 31, […]

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Bandeiras do Mercosul e União Europeia

Desde o início desta semana, o presidente francês, Emmanuel Macron, e membros de seu governo têm manifestado sua oposição à ratificação do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul, argumentando que sua conclusão é impossível.

O ministro da Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, reforçou essa postura na quarta-feira, 31, declarando que o acordo comercial com o Mercosul não deve ser assinado, conforme noticiado pela Folha de São Paulo.

No entanto, a oposição francesa tem encontrado resistência. A Alemanha, em particular, expressou seu comprometimento com a finalização das negociações com os países do Mercosul, enfatizando o interesse exportador do setor automobilístico.

Um porta-voz do Ministério da Economia alemão declarou: “O governo alemão continua firmemente comprometido com a conclusão das negociações com os países do Mercosul, o mais rápido possível”.

Berlim destacou que, recentemente, o chanceler alemão Olaf Scholz conversou com o presidente argentino Javier Milei, e ambos concordaram que as negociações devem ser concluídas rapidamente.

A Comissão Europeia também rejeitou a opinião francesa de que as negociações com o Mercosul haviam terminado, afirmando que ainda pretendia finalizar o acordo de livre comércio com o bloco sul-americano, que está sendo discutido há 25 anos.

O Brasil também reagiu à oposição de Paris, com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres, ressaltando que as negociações ocorrem no âmbito dos blocos, não entre países, e que o Mercosul negocia com a Comissão Europeia, não com Estados-membros.

É importante notar que, enquanto no governo de Jair Bolsonaro, a França alegava questões ambientais como motivo para rejeitar o acordo, agora se baseia em questões sociais para impedir a entrada de produtos brasileiros em seu mercado.

Os alemães propuseram dividir o acordo UE-Mercosul em duas partes, permitindo que o trecho que lida com tarifas entre em vigor, enquanto o restante continua sendo negociado, principalmente no que diz respeito às questões ambientais.

Hildegard Müller, diretora da Associação da Indústria Automotiva alemã (VDA), argumentou que os acordos comerciais complexos têm prejudicado a UE, impedindo o avanço em acordos com outros países, como Austrália e México. Ela também questionou se esses acordos deveriam ser divididos em partes para terem um impacto mais eficaz.

Esta não é a primeira vez que Macron se manifesta contra o acordo, mas esta é a ocasião de maior pressão por parte dos agricultores franceses, o que levou o presidente a expressar sua oposição de forma mais incisiva.

Analistas e o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva sugerem que os argumentos franceses podem esconder um protecionismo que visa a manutenção do mercado francês sem abrir espaço para produtos do Mercosul. Paris já indicou que não aceitará a proposta de divisão do acordo apresentada pelos exportadores alemães em Berlim.

Com informações da Folha

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