O ex-atacante de futebol Emerson Sheik, conhecido por sua passagem no Flamengo e no Corinthians, está considerando uma candidatura na política municipal de Mangaratiba, Rio de Janeiro, com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro. Durante um jantar em Angra dos Reis, organizado pelo PL (Partido Liberal), Sheik foi cotado para integrar a chapa eleitoral, seja como candidato a prefeito ou como vice.
Sheik, que possui uma residência de 18 mil metros quadrados no condomínio Portobello em Mangaratiba, vizinho a outras figuras do futebol como Neymar e Thiago Silva, ainda está ponderando sobre a candidatura, considerando a proteção de seu patrimônio pessoal. No entanto, a influência e o poder de persuasão da família Bolsonaro, juntamente com a popularidade de Sheik na região, podem ser fatores decisivos em sua decisão final.
A entrada de Emerson Sheik na política de Mangaratiba representaria uma nova fase em sua carreira, marcando a transição de um ícone esportivo para um potencial líder político. A expectativa é que sua popularidade no mundo do futebol possa influenciar positivamente sua campanha eleitoral, caso decida aceitar a candidatura. A decisão de Sheik, ainda em aberto, é aguardada com grande interesse por apoiadores e observadores políticos na região.
No entanto, essa possível entrada na política municipal vem acompanhada de acusações sérias contra Sheik. Ele é acusado de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro com o bicheiro Bernardo Bello.
A denúncia, apresentada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, aponta que Sheik, cujo nome verdadeiro é Márcio Passos de Albuquerque, participou de um negócio imobiliário suspeito com Bernardo Bello. A transação envolveu a permuta de uma cobertura de Sheik por uma casa de Bello na Barra da Tijuca, com um pagamento extra não declarado, embora oficialmente o negócio tenha sido registrado como “zero a zero”.
Essa acusação se soma a um histórico de envolvimento de Sheik em atividades suspeitas com contraventores. Em 2010, ele foi noticiado como comprador de um BMW X6 importado ilegalmente pelo bicheiro Haylton Scafura, filho de Piruinha. Naquela ocasião, Sheik adquiriu o veículo por um valor declarado muito abaixo do mercado.
As investigações, iniciadas em 2020, também revelaram o uso da escola de samba Vila Isabel no esquema de lavagem de dinheiro de Bernardo Bello. A escola teria movimentado cerca de R$ 1,4 milhão em 13 depósitos bancários em espécie, como parte do esquema de lavagem.
A Justiça determinou que Emerson Sheik compareça em juízo a cada dois meses para justificar suas atividades e manteve restrições sobre seu deslocamento e comunicação. Além disso, houve apreensão e bloqueio de bens dos envolvidos na acusação.
Ligeiro
29/01/2024 - 10h52
Meu medo é de ele ser eleito e Mangaratiba virar um feudo.
Nelson
29/01/2024 - 10h51
Ao invés de analisar se a trajetória do(a) candidato(a) demonstra seu compromisso com as causas populares, requisito de primeira ordem para a escolha, as pessoas têm o costume de se deixar seduzir pela fama da personagem que disputa a eleição.
–
Normalmente, acabam “dando com os burros n’água”, se frustrando e passam a acreditar que ninguém presta, que todos os políticos são iguais. Os donos do poder – o grande capital -, exultam.
–
Penso que, se o personagem em questão tem realmente interesse de trabalhar pelo povo no parlamento ou no executivo, deveria, primeiramente, se filiar a um dos poucos partidos que têm demonstrado, historicamente, que ainda tem compromisso com as demandas populares. O partido que, segundo a matéria, ele escolheu, tem compromisso verdadeiro apenas com o topo da pirâmide.
Nelson
29/01/2024 - 10h51
“A expectativa é que sua popularidade no mundo do futebol possa influenciar positivamente sua campanha eleitoral, caso decida aceitar a candidatura.”
Isso é algo que acontece em todo o Brasil e, já está comprovado, infelizmente, não é mazela só nossa.
–
Eu não saberia afirmar se há algum país no qual não aconteça isso. Uma mostra do grande atraso do povo, ou dos povos, no que tange à consciência política.
–
Ora, só porque o candidato(a) é um ator(a) de televisão ou cinema, um(a) jogador(a) de basquete, de vôlei, de futebol, um(a) esportista qualquer, um apresentador de tv ou de rádio (radialista) que angaria grande notoriedade entre o povo, iria, uma vez eleito(a) trabalhar por esse mesmo povo?
–
Nada há que garanta isso. Pelo contrário, o histórico mostra que se restringem ao campo da exceção os casos em que uma personagem desse quilate se põe a serviço do atendimento das necessidades do povo. A quase totalidade acaba por somente ratificar aquilo que o grande capital deseja dos governos e parlamentos.