Representantes do Brasil na ONU exige que Tribunal de Haia considere reclamação contra Israel
“As medidas provisórias solicitadas pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça, com o objetivo de evitar o risco de genocídio, exigindo ‘a suspensão imediata das operações militares em Gaza e contra Gaza’, são muito urgentes e necessárias”, declarou Sérgio Danese, embaixador do Brasil na ONU.
“O pronunciamento solicitado pelo principal órgão judicial da ONU não só pode possibilitar a ajuda humanitária necessária e salvar vidas civis, mas também pode contribuir para a criação de um ambiente propício para a restauração do diálogo político e para a retomada das negociações visando à solução de dois Estados”, argumentou.
Segundo ele, a proposta de cessar-fogo em Gaza não trata das causas essenciais do conflito, vital para uma paz sustentável na região. “Contudo, um cessar-fogo agora é possivelmente a única opção que pode preservar a capacidade da comunidade internacional de agir posteriormente”, explicou.
“Não existe solução militar para as causas profundas de tensão e hostilidade. Mais ações militares somente intensificarão o ressentimento e o ódio, e, no fim das contas, perpetuarão o ciclo de violência, com consequências negativas para toda a região e para o mundo”, advertiu.
“Além de Gaza, na Cisjordânia, no Mar Vermelho, no Iêmen, ao longo da Linha Azul entre Israel e Líbano, no Iraque, na Síria e, certamente, também em Israel, a escalada das hostilidades e os recentes incidentes de segurança parecem estar diretamente ligados a esse crescente sentimento de desconfiança e de desprezo total pelo direito internacional, impulsionado por nossa falha coletiva em prevenir a tragédia em Gaza, assegurar responsabilização e preparar o terreno para um processo de paz verdadeiro e eficaz”, afirmou.
O governo brasileiro considera que a única alternativa é avançar decisivamente em direção à solução de dois Estados, “com um Estado palestino coexistindo pacificamente ao lado de Israel, dentro de fronteiras mutuamente aceitas e reconhecidas internacionalmente”.
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