O primeiro-ministro cessante da Holanda, Mark Rutte, e seu Ministério dos Assuntos Gerais são acusados de exercer um controle rígido sobre as comunicações do governo holandês a respeito de Israel e Gaza.
Uma carta anônima, citada pelo jornal NRC, sugere que Rutte busca evitar informações politicamente indesejáveis sobre possíveis violações dos direitos humanos por Israel para não prejudicar suas ambições de liderar a OTAN.
Funcionários públicos do Ministério dos Negócios Estrangeiros expressaram preocupações com a abordagem do governo, citando um pedido específico do Ministério dos Assuntos Gerais à Direção dos Assuntos Jurídicos dos Negócios Estrangeiros: “O que podemos dizer para que pareça que Israel não está a cometer crimes de guerra?”
Rutte, em suas comunicações, incluindo um post recente sobre uma conversa com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou a necessidade de Israel reduzir o uso de força e permitir mais ajuda humanitária a Gaza, mas não apelou por um cessar-fogo.
A postura de Rutte, segundo a carta, parece alinhar-se com a dos Estados Unidos, visando proteger sua candidatura para suceder Jens Stoltenberg como Secretário-Geral da OTAN.
Observadores notam que, embora os EUA tenham criticado a violência contra civis palestinianos, não pediram um cessar-fogo.
A política holandesa de buscar posições internacionais de destaque é vista como conflitante com a realidade da guerra em Gaza.
Diplomatas da região do Norte da África e do Oriente Médio destacam a incoerência da linha política holandesa, que apoia ações contra a Rússia, mas evita posições firmes contra Israel.
Tensões internas no gabinete cessante também são mencionadas, com divergências sobre a postura da Holanda em resoluções da ONU relacionadas ao conflito.
Além disso, o Tribunal de Recurso de Haia discutirá uma ação contra a Holanda por fornecer peças para caças F-35 israelitas, com organizações de direitos humanos pedindo a suspensão dessas contribuições.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros negou as alegações da carta anônima, classificando-as como “extremamente maliciosas” e afirmando que nunca orientou a comunicação para minimizar possíveis crimes de guerra por Israel.
Com informações da NL Times
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