Um recente relatório da Oxfam, uma organização global contra a pobreza e desigualdade, expõe dados alarmantes sobre a concentração de riqueza no Brasil e no mundo. Segundo o relatório, 63% da riqueza brasileira está nas mãos de apenas 1% da população, enquanto os 50% mais pobres detêm somente 2% do patrimônio nacional.
O documento será apresentado no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, com a presença da ministra Marina Silva representando o governo brasileiro.
O relatório, intitulado “Desigualdade S.A.”, destaca o agravamento da desigualdade desde 2020, com a riqueza dos cinco homens mais ricos do mundo dobrando para US$ 869 bilhões, enquanto quase 5 bilhões de pessoas empobreceram.
A Oxfam alerta para a possibilidade de surgimento do primeiro trilionário em uma década, contrastando com a previsão de que a erradicação da pobreza pode levar mais de 200 anos.
A organização propõe medidas para combater a acumulação excessiva de riqueza, incluindo a oferta de serviços públicos universais e a regulamentação de empresas e monopólios.
Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, enfatiza o aumento do poder e riqueza dos super-ricos, destacando a desigualdade racial e de gênero no Brasil.
“No Brasil, a desigualdade de renda e riqueza anda em paralelo com a desigualdade racial e de gênero – nossos super-ricos são quase todos homens e brancos. Para construirmos um país mais justo e menos desigual, precisamos enfrentar esse pacto da branquitude entre os mais ricos”, destacou Katia em nota.
O relatório mostra que o rendimento médio de pessoas brancas é 70% maior que o de negras, e que a fortuna dos cinco bilionários brasileiros mais ricos aumentou 51% desde 2020.
O estudo também revela que as 10 maiores empresas do mundo, lideradas por bilionários, possuem valor estimado de US$ 10,2 trilhões. Katia Maia critica o poder corporativo desenfreado, responsável por desigualdades e crises, como a falta de acesso às vacinas contra a covid-19.
“E também estão canalizando o poder, minando nossas democracias e nossos direitos. Nenhuma empresa ou indivíduo deveria ter tanto poder sobre nossas economias e nossas vidas. Ninguém deveria ter US$ 1 bilhão!”, acrescenta.
Amitabh Behar, diretor executivo interino da Oxfam Internacional, reitera que a crescente desigualdade não é um acaso, mas resultado da influência dos bilionários nas corporações. O relatório indica que 82% dos lucros das 96 maiores empresas são destinados a acionistas ricos.
“Essa desigualdade não é acidental. A classe dos bilionários está assegurando que as corporações entreguem mais riqueza a eles próprios às custas de todos nós”, afirmou em nota.
A Oxfam defende a intervenção dos governos para controlar o poder corporativo, promover salários dignos e tributar os super-ricos. A entidade
sugere que a adoção de impostos sobre a riqueza dos milionários e bilionários poderia arrecadar US$ 1,8 trilhões por ano. Além disso, a organização enfatiza a necessidade de reinventar o modelo de negócios, incentivando a propriedade democrática das empresas pelos trabalhadores.
A Oxfam estima que se 10% das empresas dos Estados Unidos fossem de propriedade dos trabalhadores, isso poderia dobrar a parcela de riqueza da metade mais pobre da população americana.
O relatório da Oxfam é um chamado à ação para governos e sociedades ao redor do mundo, visando reduzir as disparidades e criar um futuro mais equitativo e justo.
A divulgação deste estudo coincide com o início do Fórum Econômico Mundial de 2024, destacando a necessidade urgente de abordar as questões de desigualdade e poder corporativo em um cenário global.
Nelson
17/01/2024 - 15h46
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Em setembro de 2016, Jorge Beinstein concedeu uma entrevista à Red Roja em que discorreu sobre a grande crise do sistema econômico-produtivo que abarca a maior parte do planeta, o capitalismo, e suas implicações geopolíticas.
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Finalizando a entrevista, Beinstein fez um alerta quanto a que o sistema capitalista reserva aos povos:
“O capitalismo só nos oferece viver cada vez pior, não tem outra possibilidade, não pode reproduzir-se como sistema global sem aumentar seu parasitismo e, em consequência, a superexploração das suas vítimas às quais a marcha da história vai conduzindo a dois cenários contrapostos: o da insurgência anticapitalista e o da degradação prolongada.”
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Jorge Beinstein foi um eminente economista argentino. Intelectual engajado, ele sempre dedicou seus estudos às lutas dos trabalhadores e do povo, não somente de seu país, mas de todo o planeta.
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Cabe aos povos do mundo inteiro iniciarem o quanto antes um debate profundo sobre o alerta feito pelo economista. A partir daí, só há uma saída: engendrar, consensualmente, um outro sistema econômico-produtivo que possa garantir, a cada ser humano, a vida digna a que todos têm direito. Algo sabidamente impossível de se concretizar sob o capitalismo.
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A lógica de atuação desse sistema, inarredável, vai concentrando renda e riqueza numa quantidade cada vez menor de mãos ao mesmo tempo em que vai expelindo na direção da exclusão, do desespero, da pobreza e da miséria parcelas cada vez maiores da humanidade.
Tony
16/01/2024 - 15h17
https://oglobo-globo-com.cdn.ampproject.org/v/s/oglobo.globo.com/google/amp/economia/noticia/2024/01/15/remedios-terao-reajuste-duas-vezes-este-ano-em-boa-parte-do-pais-e-ja-comecaram-a-subir-entenda.ghtml?amp_gsa=1&_js_v=a9&usqp=mq331AQIUAKwASCAAgM%3D#amp_tf=De%20%251%24s&aoh=17054289983717&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com&share=https%3A%2F%2Foglobo.globo.com%2Feconomia%2Fnoticia%2F2024%2F01%2F15%2Fremedios-terao-reajuste-duas-vezes-este-ano-em-boa-parte-do-pais-e-ja-comecaram-a-subir-entenda.ghtml
Kleiton
16/01/2024 - 11h28
Lendo esse texto me pergunto para o colo de quem vai cair essa conta ?
https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2024/01/16/ipea-estima-que-governo-central-teve-deficit-primario-de-r-2343-bi-em-2023.ghtml
Natailia
16/01/2024 - 10h48
Os “milagres” do socialismo…
Paulo
16/01/2024 - 10h04
No mais, a matéria acima é eivada de preconceitos ideológicos e até raciais, a pretexto de combater o racismo…Na falta de uma revolução por fazer, a esquerda mundial se apega a isso…De Marx a Gramsci, eis a transição!
Paulo
16/01/2024 - 10h00
Por esses dias li por aqui mesmo que seriam 1% a deter quase 50% da riqueza nacional. Agora esses mesmos 1% mais ricos detêm 63% dessa mesma riqueza. É fácil perceber que esses números são especulativos e não refletem necessariamente a realidade, embora possam ser um indicativo dela. Não se nega a distribuição desigual da renda, mas se o capitalismo cria a desigualdade, ele é o único capaz de enfrentá-la com redistribuição e crescimento. O socialismo somente empobrece as pessoas e as iguala por baixo, como deixa claro toda a experiência mundial até os dias de hoje…O Estado deve investir em saúde, educação e segurança pública universais e de qualidade (e exploração de serviços essenciais como distribuição de água e energia elétrica, bens de uso comum que não deveriam ser apropriados por particulares). O resto é com a iniciativa privada…