Um dia após o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), afirmar que não planeja investir na aquisição de novas câmeras corporais para a Polícia Militar, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, através do secretário-executivo Ricardo Cappelli, anunciou planos de publicar um decreto com novas diretrizes nacionais para o uso desses equipamentos. A declaração foi feita em suas redes sociais.
Ricardo Cappelli criticou o que descreveu como “ideologização do debate” em relação à segurança pública.
“Vamos publicar em fevereiro as Diretrizes Nacionais para Utilização de Câmeras Corporais pelas polícias. Processo com consulta pública e construído com a participação das polícias de todos os estados, sem exceção. Ideologizar o debate sobre segurança pública não faz bem ao Brasil”, declarou o secretário-executivo do MJSP.
Um estudo recente realizado pelo Jornal O Globo revelou que apenas 6,6% dos policiais militares no Brasil utilizam câmeras acopladas ao uniforme. A pesquisa, divulgada em dezembro, evidencia a limitada adoção desse equipamento nas forças policiais nacionais.
Em uma entrevista ao programa Bom Dia SP, da TV Globo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, abordou o tema das câmeras corporais. Questionado sobre novos investimentos na implementação desses dispositivos, o governador de São Paulo enfatizou sua posição.
“A gente não descontinuou nenhum contrato. Os contratos permanecem. Mas qual a efetividade das câmeras corporais na segurança do cidadão? Nenhuma”, declarou.
Quando indagado se as câmeras não seriam úteis para proteger o cidadão contra abusos policiais, Tarcísio respondeu que as preocupações imediatas da população se concentram em outras áreas criminais.
“As pessoas estão sofrendo com roubo de celular, crime patrimonial, sequestro-relâmpago, feminicídio e tráfico de drogas”, disse o governador, destacando a necessidade de se concentrar no combate a esses crimes.
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