O governo Lula deu início a uma nova estratégia de comunicação com o objetivo de reduzir a oposição entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com base em estudos de opinião pública, o Planalto percebeu que a polarização política se manteve ao longo do ano. Como resposta, lançou recentemente a campanha “O Brasil é um só povo”, enfatizando a ideia de unidade nacional. Com informações do GLOBO.
Além disso, em outras ações publicitárias direcionadas a diferentes segmentos da população, o governo buscou destacar seu desejo de “pacificar” o país.
Uma dessas propagandas, revelada na sexta-feira, destaca o programa “Farmácia Popular”. A campanha transmite a ideia de que as iniciativas governamentais estão disponíveis para todos, independentemente de inclinações políticas. A propaganda em questão mostra uma mãe, vestindo uma camisa verde e amarela, símbolo frequentemente associado aos apoiadores de Bolsonaro, levando sua filha doente a uma farmácia. Lá, ela descobre com surpresa que pode obter gratuitamente o medicamento para asma, simbolizando que os benefícios do governo são acessíveis a todos os cidadãos.
A campanha governamental mais recente traz a mensagem “Querer o melhor para nossos filhos. Isso é o que nos une”, ressaltando a ideia de que, apesar das diferenças, o desejo comum de um futuro melhor para as novas gerações é um ponto de convergência entre os brasileiros.
Dois meses atrás, o governo lançou a campanha “Plano Safra, o maior da história”, direcionada ao setor do agronegócio, onde o presidente Lula encontra certa resistência. Um dos vídeos mostra uma mulher com a bandeira do Brasil em uma plantação, enquanto a trilha sonora enfatiza que a política é a “força do campo batendo no peito da nação”.
Além disso, está previsto que, antes do Natal, em uma data ainda a ser confirmada, Lula fará um discurso em cadeia nacional de rádio e TV, onde abordará o tema da “união”, conforme informado por pessoas próximas ao governo.
Visando a redução da rejeição entre os evangélicos e outros grupos, o governo introduziu no último domingo uma campanha publicitária com o lema “Um Brasil e um só povo”, reforçando a mensagem de unidade e inclusão de todos os segmentos da sociedade.
As novas campanhas publicitárias do governo federal incluem músicas interpretadas por um cantor gospel e personagens expressando gratidão a Deus pelos programas sociais implementados pelo governo.
Este enfoque no segmento evangélico foi destacado pelo presidente Lula durante a Conferência Eleitoral do PT no início do mês. Ao solicitar uma reflexão crítica dentro do partido, Lula mencionou pesquisas que apontam dificuldades do partido em se conectar e dialogar com o público evangélico.
Lula questionou se o partido está realmente comunicando o que o povo deseja ouvir e ponderou sobre a necessidade de aprender com o próprio povo a melhor forma de se comunicar com eles, especialmente com os evangélicos. Ele enfatizou a importância de visitar igrejas e dialogar com padres e pastores para estabelecer essa conexão.
Sem avanços
A conexão do governo com o setor do agronegócio, um segmento visto como crucial devido ao seu significativo impacto eleitoral, continua a ser um desafio. Uma questão particularmente sensível é a associação do governo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No início do ano, diante de ocupações de terras realizadas pelo MST, líderes empresariais do agronegócio criticaram a postura do Planalto, considerando-a leniente. Eles perceberam que o governo, apesar de apoiar a reforma agrária, não agiu firmemente contra as ocupações.
Em uma entrevista concedida ao GLOBO, o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Paulo Pimenta, discutiu sobre as novas iniciativas digitais planejadas para 2024. O governo pretende contratar serviços específicos para potencializar sua propaganda nas redes sociais, com mensagens cuidadosamente ajustadas para atingir os públicos desejados. Uma licitação está prevista para ser lançada em breve para selecionar as empresas que gerenciarão essas atividades, com as mudanças programadas para serem implementadas ao longo de 2024.
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